'Não entendo o porquê ele fez isso', diz trabalhador que teve corda cortada por morador enquanto limpava fachada de prédio

'Não entendo o porquê ele fez isso', diz trabalhador que teve corda cortada por morador enquanto limpava fachada de prédio
Mayk Gustavo Ribeiro da Silva deu entrevista ao programa Encontro — Foto: Reprodução/Globo
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp

Mayk Gustavo Ribeiro da Silva contou no programa Encontro que foi salvo por um dispositivo de segurança. Raul Ferreira Pelegrin foi denunciado por homicídio tentado. Defesa afirmou que não irá se posicionar.

Por g1 PR — Curitiba

 

O trabalhador Mayk Gustavo Ribeiro da Silva, que realizava a limpeza da fachada de um prédio de Curitiba e teve a corda cortada por um morador, contou em entrevista ao programa Encontro, nesta quinta-feira (28), que ficou sem reação quando descobriu o que havia acontecido.

 

"No momento fiquei sem reação nenhuma. Não entendi o porquê ele fez isso", disse.

Mayk estava a 18 metros de altura quando Raul Ferreira Pelegrin, morador da cobertura, cortou a corda que o sustentava, segundo a Polícia Civil do Paraná (PC-PR). Relembre mais abaixo.

Conforme o Ministério Público do Paraná (MP-PR), a vítima só não despencou por conta de um dispositivo de segurança que impediu a queda.

 

"No momento ali que a minha corda afrouxou eu fiquei desesperado, né? Não é uma coisa normal, é fora do normal. Foi muito rápido, mas como a empresa passa um treinamento pra gente, eu fiz um desvio de corda, fiquei preso pela linha de vida, pelo trava-quedas, me mudei para a corda do trava-quedas e continuei minha descida. Quando cheguei embaixo, meu supervisor me avisou que o morador da cobertura tinha cortado a minha corda", contou.

 

O caso aconteceu no bairro Água Verde em 14 de março, mas foi divulgado na segunda-feira (24) pelo MP-PR, que denunciou o homem por tentativa de homicídio. Pelegrin foi preso em flagrante logo após o crime.

Segundo o MP-PR, a vítima fazia a limpeza, no 6º andar do edifício, preso por uma corda que estava amarrada no telhado do prédio. Durante o trabalho, o denunciado, que mora na cobertura do edifício, no 27º andar, cortou a corda com uma faca.

A defesa de Pelegrin afirmou que não irá se manifestar.

Trabalhador estava a 18 metros de altura quando teve corda cortada por morador da cobertura — Foto: Artes/RPC

Trabalhador estava a 18 metros de altura quando teve corda cortada por morador da cobertura — Foto: Artes/RPC

 

Ameaças

 

Segundo o Boletim de Ocorrência (B.O), funcionários que realizavam a limpeza foram ameaçados pelo homem antes de ele fazer o corte da corda.

 

"Antes dele cortar minha corda, ele ameaçou outro amigo de corda, na outra janela. Em cima, na parte superior do prédio, meu superior estava lá em cima e viu o momento em que ele cortou minha corda", contou Mayk.

 

Investigação

 

Raul Ferreira Pelegrin, morador da cobertura, cortou a corda que sustentava trabalhador — Foto: Reprodução/RPC

Raul Ferreira Pelegrin, morador da cobertura, cortou a corda que sustentava trabalhador — Foto: Reprodução/RPC

Após o corte da corda, a polícia foi acionada. No local, os agentes precisaram arrombar a porta de um dos quartos do apartamento, onde Pelegrin foi encontrado e reconhecido pela vítima.

No apartamento os policiais encontraram a faca usada no crime e um pedaço da corda cortada.

O MP informou que o motivo para o crime ainda é desconhecido.

Cadeia Pública de Curitiba — Foto: Divulgação

Cadeia Pública de Curitiba — Foto: Divulgação

Durante o interrogatório policial, o agora denunciado ficou permaneceu em silêncio e "sustentou não saber os motivos de ter sido conduzido à delegacia".

Na denúncia contra o homem, o MP considerou duas qualificadoras: recurso que dificultou a defesa da vítima e uso de meio insidioso – ou seja, o crime foi cometido sem que a vítima percebesse.

 

Argumentação da defesa no processo

 

A defesa de Pelegrin entrou com pedido de habeas corpus solicitando a soltura sob argumento dele ser dependente químico. Este tipo de medida judicial tenta garantir o direito de liberdade a uma pessoa presa ilegalmente, por exemplo.

O pedido informou que o homem seria levado para uma clínica de tratamento, mas a Justiça recursou e manteve a prisão.

Conforme o processo, Pelegrin está preso preventivamente na Cadeia Pública de Curitiba.