Namorada de delator do PCC diz que delação causou raiva em inimigos e motivou morte

Namorada de delator do PCC diz que delação causou raiva em inimigos e motivou morte
namorada delator pcc morto Maria Helena Paiva, de 29 anos, prestou homenagens ao namorado, Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, morto em Guarulhos Reprodução/ Redes sociais

Maria namorou Vinicius por um ano e meio, e acredita que a delação feita por ele neste ano ‘foi o estopim’

Itatiaia      Por 

 

“Um filme de terror”. Foi assim que Maria Helena Paiva Antunes descreveu o dia 8 de novembro, quando o namorado dela, Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, foi assassinado a tiros no Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

Em entrevista ao Domingo Espetacular, da Record, a influenciadora e nutricionista, de 29 anos, contou como foi aquele dia e explicou o que sabia sobre a vida do namorado. Ela relatou que sabia que ele tinha muitos inimigos, mas não sabia os nomes, nem as razões.

Maria namorou Vinicius por um ano e meio, e acredita que a delação feita por ele neste ano ‘foi o estopim’. “Eu acredito que essa delação foi o estopim para que eles ficassem com muita raiva e falassem: ‘Olha, nós precisamos acabar com essas histórias’”, contou.

A jovem afirmou, ainda, que acredita que o namorado foi perdendo o medo à medida que não acontecia nada com ele. Ela relatou ter sonhado com uma situação parecida com essa - em que Vinícius era assassinado - há quatro meses e que nos dias que antecediam a viagem, sentia angústia e medo.

No dia em que Vinicius foi assassinado, o casal retornava de uma viagem a Alagoas, onde passaram por São Miguel dos Milagres e Maceió - esse último, inclusive, onde o empresário foi buscar joias avaliadas em R$ 1 milhão.

Maria Helena admitiu que, durante a viagem, o namorado ficou exposto. Os dois saíam para restaurantes sozinhos e chegaram a, até mesmo, olhar imóveis onde passariam a virada do ano.

Em um dos restaurantes que foram, Vinícius relatou ter visto uma pessoa muito parecida com um de seus inimigos. Ele mudou de ideia quando percebeu que a pessoa em questão não fumava, e o inimigo dele fumava bastante.

Já no aeroporto, o casal andava separado, com Vinicius um pouco à frente. Ele foi assassinado na frente dela. “O Vinicius tentou correr, ele até tropeçou na própria perna, mas eu sabia que era impossível [ele sobreviver]. E aí eu corro junto com as pessoas e quando eu volto, ele já estava morto. Eu não quis ficar ali, não era essa visão que eu queria ter”, disse.

“Se eu soubesse dessa delação, eu ia ser a primeira pessoa a falar que não era o momento de viajar, de tirar férias”, lamentou.

Relembre o caso

O empresário Antônio Vinicius Gritzbach foi assassinado a tiros no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, um dos maiores do país. Criminosos encapuzados saíram de um carro preto e executaram o empresário usando fuzis.

Segundo o órgão, outras testemunhas estão sendo ouvidas pela Polícia Civil. Um carro, supostamente usado pelos atiradores, foi apreendido pela Polícia Militar.

A investigação também descobriu que quatro policiais militares faziam a escolta da vítima no momento do ataque. Eles tinham sido contratados para cuidar da segurança pessoal Gritzbach, que vinha sendo ameaçado pela facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC).

Apesar de terem sido contratados para fazer a escolta de Gritzbach, os agentes não conseguiram evitar a morte do corretor de imóveis. Os quatro foram afastados da corporação e são investigados pela Corregedoria da Polícia Militar.