Marido de deputada preso sob suspeita de compra de votos escondeu parte dos R$ 500 mil na cueca
Proprietário de uma empresa de transporte aéreo foi preso junto com uma advogada, dois policiais militares, um assessor parlamentar da Câmara dos Deputados e mais uma pessoa
O Tempo Por Renato Alves
BRASÍLIA - Marido da deputada federal Helena da Asatur (MDB-RR), o empresário Renildo Lima foi flagrado com maços de dinheiro na cueca em uma ação da Polícia Federal (PF) desencadeada após denúncia sobre compra de votos em Boa Vista, capital de Roraima.
Além de Renildo, os agentes prenderam em flagrante uma advogada, dois policiais militares e outras duas pessoas, incluindo um assessor parlamentar lotado na Câmara dos Deputados. O grupo estava com R$ 500 mil em espécie.
Os seis foram presos na tarde de segunda-feira (9), logo após o saque em uma agência bancária. Eles estavam divididos em dois carros, com santinhos de um vereador que é candidato à reeleição.
Todos foram autuados pelos crimes de compra de votos e associação criminosa. Após serem levados para a Penitenciária Agrícola do Monte Cristo, passaram por audiência de custódia por meio de videoconferência na terça-feira (10).
Os dois policiais militares detidos são do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da PM de Roraima. Eles estavam de folga e faziam a segurança particular dos demais no momento da abordagem dos policiais federais.
Em nota, a PM informou que a Corregedoria “está acompanhando o caso e tomará todas as providências necessárias para o devido esclarecimento dos fatos, colaborando com a Polícia Federal para garantir que todas as medidas legais sejam adotadas no curso das investigações.”
A PF assinou uma equipe após receber informações enviadas pelo Disque-Denúncia. A corporação não deu mais detalhes, mas a equipe de O TEMPO em Brasília apurou que o assessor parlamentar preso na operação está lotado na Câmara Federal desde março de 2023.
A defesa de Renildo e a deputada Helena não haviam se manifestado até a mais recente atualização desta reportagem. Ela se limitou a escrever uma mensagem em rede social.
“Acreditar que movimentar o próprio dinheiro é sinônimo de compra de votos é pura ignorância. Agora, devemos fechar as empresas em período eleitoral? Só o que faltava”.
Renildo é dono da Voare Táxi Aéreo. Helena disputou sua primeira eleição em 2022. Usou o nome de urna “Helena da Asatur”, por causa da empresa que pertence ao grupo Voare, que ela fundou com o marido.
Com a apreensão desta segunda-feira, a PF apreendeu mais de R$ 2 milhões relacionados a crimes eleitorais apenas em Boa Vista, nos últimos três dias. Nesta sexta-feira (6), foram apreendidos R$ 500 mil divididos em cinco pacotes de notas de R$ 100.
Na quarta-feira (4), em duas ações distintas, com R$ 190 mil e R$ 330 mil apreendidos, além de celulares e material de campanha. Em uma das ações, uma pessoa estava com uma arma e foi presa porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.
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