Locutor de JF é indicado ao ‘Oscar da Voz’
Daniel Dazzini é um nomeados ao Sovas, prêmio que acontece em Los Angeles, neste domingo
Por Nathália Fontes, estagiária sob supervisão do editor Marcos Araújo Fonte Tribuna de Minas
“Quantas vezes você sonhou em receber a carta de Hogwarts?” Foi pela realização da chamada do serviço de streaming da HBO para rever os filmes da saga de Harry Potter que o juiz-forano Daniel Dazzini, de 36 anos, foi indicado na categoria de melhor locução para TV no prêmio Society of Voice Arts and Sciences (Sovas). A premiação, que acontece neste domingo (10), em Los Angeles, na Califórnia, é conhecida como “Oscar da Voz”. Para Daniel, ser indicado, tendo sua versão da carta para a escola de magia reconhecida, é a realização de um sonho profissional, principalmente, porque a premiação reunirá grandes nomes como Meryl Streep, Viola Davis, Bono e Jackie Chan, entre outros.
O interesse de Daniel pela locução surgiu com o teatro, quando fez aulas no início dos anos 2000 no Laboratório de Artes Cênicas (LAC), localizado, até 2010, na Rua Santa Rita, tendo à frente a professora Rôse Probst, que foi um dos grandes nomes do teatro da cidade e uma das fundadoras e ex-presidente da Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Juiz de Fora (Apac / JF), falecida em 2012. Ele contou que sempre foi apaixonado pela atuação com a voz, o que possibilitou uma identificação com o processo de criação vocal dos personagens que o levaram a descobrir o mundo da dublagem. Contudo, há oito anos, essa era uma área difícil de encontrar trabalho fora do eixo entre o Rio de Janeiro e São Paulo.
Apesar das dificuldades, ele começou a buscar caminho na locução, montando um estúdio próprio em casa, após pedir demissão de um emprego. Em 2015, iniciou o trabalho com apenas uma caixa de isopor, cheio de espuma, sem saber nada sobre o setor, mas com “muita vontade de seguir sua paixão e empreender”, revelou o locutor.
A vida toda Daniel morou no Bairro Poço Rico, mas, há quatro meses, mudou-se para o Rio, a fim de estar mais presente no ‘coração’ da indústria da dublagem (Foto: Divulgação)
Durante oito anos foi evoluindo com o trabalho de locutor em língua portuguesa, até ser reconhecido no mercado internacional. Daniel revelou que 95% dos clientes da Dazzini Studio são de fora do Brasil, sendo o maior deles o Linkedin, uma vez que o estúdio é o responsável por um terço de todos os cursos que são gravados em português do Brasil.
Hoje, ele trabalha com mais de 200 vozes, representando diversas empresas como Microsoft, Google, Disney, Nike, Amazon e Warner Bros. Os projetos são gerenciados por uma equipe de 15 profissionais fixos, mas conta com mais de 500 colaboradores freelancers do mundo todo, sendo 200 integrantes brasileiros.
“Quando descobri a indicação do meu nome fui na lua e voltei, porque é o maior prêmio de reconhecimento dessa indústria e, quando iniciei na área há oito anos, não sabia nada”, descreveu o locutor sua sensação de representar o Brasil junto com grandes nomes da atuação, dublagem e locução, principalmente por ele ter vindo de uma origem humilde.
Aspirações para o futuro
A vida toda Daniel morou em Juiz de Fora, no Bairro Poço Rico, na Zona Sudeste, mas, há quatro meses, mudou-se para o Rio de Janeiro para estar presente no ‘coração’ da indústria da dublagem. Para ele, é vital estar vivendo onde o mercado é referência.
Com as vozes que desenvolve para diferentes áreas, desde o entretenimento, estudo e até o treinamento corporativo, Daniel encontrou sentido na vida profissional. “Sempre fui artista e uma das coisas que eu nunca suportei era trabalhar todo dia fazendo a mesma coisa”. Ele contou que essa versatilidade e poder fazer tudo dentro de casa proporciona uma injeção de ânimo diária para continuar com o sonho do mundo artístico.
Sua meta principal para o futuro é solidificar a Dazzini Studio no Rio de Janeiro, para ser uma referência internacional de soluções em audiovisual. Ele ressaltou ainda que pretende dar início a uma série em áudio drama imersivo, a fim de trazer uma experiência sensorial para os ouvintes. “Será como estar dentro das histórias usando apenas seus fones de ouvido e sua imaginação”, explicou.
*Nathália Fontes, estagiária sob supervisão do editor Marcos Araújo
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