Família de 29 irmãos de mesmo pai e mesma mãe vence curiosa gincana cultural em MG: 'há tempos não reunia todo mundo'
Após fretar ônibus, 17 dos 29 irmãos participaram de evento cultural em Olaria, na Zona da Mata mineira. Gincana também teve outros desafios curiosos: a maior folha da planta 'Espada de São Jorge', e apresentação de um pé de pimenta malagueta com maior quantidade de frutos.
Por Juliana Netto, g1 Zona da Mata — Mar de Espanha
A prova era apresentar a família que tivesse o maior número de irmãos. Missão que a equipe ‘Pinga Pura’, participante da tradicional gincana cultural organizada em Olaria, na Zona da Mata mineira, gabaritou ao reunir 17 dos 29 filhos de João e Carmozina, patriarcas dos Pimentel.
Dos 18 irmãos ainda vivos, apenas um não pôde estar presente. Para que todos pudessem viajar de Mar de Espanha, cidade da família, até o local da gincana, foi necessário fretar um ônibus, já que, entre filhos, sobrinhos e netos, 33 familiares estiveram reunidos.
“Desde o falecimento da minha avó, em 2016, que não reunia todo mundo. Recebemos o convite da equipe, organizamos a caravana e fomos”, contou Rayla, filha de Odelina, 12ª na lista dos mais velhos.
Ao todo, dona Carmozina, matriarca dos Pimentel, teve 33 gestações, 29 delas bem-sucedidas, incluindo a dos gêmeos Valmir e Varlene.
Os 18 vivos, com idade entre 54 e 73 anos, são: Oswaldo, Omero, Ozéias, Olívio, Maria das Graças, Olavo, Osmar, Odete, Otamir, Otelino, José Francisco, Odelina, Odília, Otilino, Ana, Varlene, Valmir e Valma.
“Além da participação, que nos deixou muito felizes, a viagem em si foi muito interessante. No ônibus tinha, por exemplo, meu tio Oswaldo, o mais velho, e meu priminho, de 1 ano. Foi um encontro que rendeu boas risadas”, completou uma das filhas.
‘Pelo rosto a gente sabe se é parente’
Mesmo que fosse difícil, dona Carmozina, que morreu aos 74 anos, tentava reunir todos os filhos. Rayla conta que a avó se orgulhava em ver a família junta.
"Ela tinha por tradição sair com os filhos em um jeep, que não cabia todo mundo, e ir passear”, disse Rayla.
Parte dos irmãos Pimentel na tradicional foto de família — Foto: Arquivo Pessoal
Exceto por um Pimentel, todos os demais moram em Mar de Espanha, onde foram nascidos e criados:
“Um dos irmãos é o único que mora fora, em Senador Cortes. A família se parece muito. É praticamente a cópia um do outro. Pelo rosto, a gente sabe se é parente. A família é muito alegre”, contou Rayla.
“Quando a gente vai fazer Natal ou celebração, só a família preenche o evento. Não precisa convidar as pessoas”, brincou Rayla.
Gincana movimenta a cidade
Há 25 edições, a divertida gincana cultural movimenta o pequeno município mineiro de Olaria, de menos de 2 mil habitantes. Algumas das provas deste ano:
Ao final da disputa, a equipe ‘Pinga Pura’ conquistou 119 pontos e sagrou-se a grande campeã, pela 14ª vez.
- apresentar um pé de pimenta malagueta com maior quantidade de pimentas;
- apresentar um casal casado cujos nomes do homem devia ser João e o da mulher Maria;
- apresentar oito carros fabricados até 1994, todos devidamente documentados;
- apresentar vó, filha e uma neta para uma prova competitiva
- apresentar um mamão de maior peso
- apresentar a maior folha da espada de São Jorge
- apresentar oito homens, um ovo e mais o chefe para cumprir a prova
"Olaria tem uma tradição que se arrasta por décadas, que divide a cidade por equipes para comemorar o aniversário do município. Fomos convidados e não teve como negar. É uma brincadeira, mas eles levam muito a sério”, finalizou Rayla.
A seriedade do evento foi confirmada por Lucieny Campos, sub-fiscal da equipe Pinga Pura.
Umas das provas da gincana realizada em Olaria era levar o maior mamão — Foto: Pinga Pura/Divulgação
"A gincana é o maior evento da nossa cidade, e gente leva muito a sério. Vendemos camisa, pedimos patrocínio, fazemos ventos durante o ano para arrecadar dinheiro para conseguir correr atrás dessas provas. O organizador solta geralmente as provas com um mês de antecedência, e a gente sai procurando na região, em outras cidades, como a gente encontrou a família Pimentel".
Conforme ela, além de achar a família mais numerosa, outra dificuldade foi reunir todos no mesmo dia, horário e local. "É muito difícil de conseguir reunir todo mundo, né? Porque geralmente as pessoas trabalham no sábado ou têm outros compromissos".
Ao ver os 18 irmão reunidos, a comemoração também foi da torcida, segundo Lucieny:
"Todos vibraram bastante. A família Pimentel também ficou muito orgulhosa de estar ali apresentando todos os irmãos, porque é uma coisa muito difícil reunir. A gente consegue famílias com muitos irmãos, mas igual a família deles, que era de um só pai e de uma só mãe, é muito difícil. E ainda reunir todo mundo. Todos estavam dispostos, todo mundo animado", finalizou.
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