Especialistas ressaltam gestão mais profissional da SAF Cruzeiro e projetam 2024

Especialistas ressaltam gestão mais profissional da SAF Cruzeiro e projetam 2024
Fachada da Toca da Raposa; especialistas apontam evolução com a SAF, mas ainda há arestas a serem aparadas — Foto: Cruzeiro/Divulgação
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Para especialistas consultados por O Tempo Sports, destino do Cruzeiro em 2024 depende do planejamento estratégico pela SAF; entenda

Fonte: O Tempo    Por Frederico Teixeira 

Superado o primeiro grande desafio, com a permanência do clube na Série A do Brasileiro, a questão agora, na visão dos especialistas, é saber quais rumos a SAF Cruzeiro irá tomar. 

"Vai depender do planejamento estratégico. É formar talentos para vender ou é conquistar títulos e faturar com essas conquistas desportivas? Claro que clubes mais fortes, que brigam mais por taça, têm mais dificuldade em formar talento porque precisam de resultado imediatamente. Clubes de ponta que fazem essa migração jurídica têm esse tipo de dificuldade", destaca Andrei Kampff, jornalista e advogado, especialista em direito esportivo.

"Clubes como o Bragantino, por exemplo, têm mais facilidade para formar talento e vender e faturar em cima disso porque não têm a cobrança do resultado com a mesma intensidade", acrescenta. 

Thiago de Oliveira, também advogado especializado em direito esportivo, tem pensamento semelhante. Mas, na visão dele, no caso do Cruzeiro a pressão da China Azul pode acabar promovendo algum tipo de alteração no modelo proposto inicialmente para a SAF.

"É preciso saber, antes de tudo, se contará ou não com ainda mais 'paciência' da torcida celeste. Pelo que ficou demonstrado nas críticas à gestão Ronaldo, não", acredita. "Assim, será preciso investir mais na formação de um bom elenco", acrescenta.

Seja como for, Kampff crê que a adoção da SAF no clube já traz mais segurança e profissionalismo. "A lei da SAF traz muito mais responsabilidade que o clube associativo, que só tem uma responsabilidade de governança efetiva se tem algum tipo de vínculo, algum tipo de empréstimo com o governo. Mas a maioria dos clubes brasileiros não têm. Agora a SAF sim. Então a tendência é que o modelo seja muito mais organizado, mais bem administrado, tenha uma política mais profissional de gestão", enumera.

Mas como o processo das Sociedades Anônimas no futebol brasileiro ainda é relativamente recente, Kampff ressalta que alguns 'vícios' antigos ainda podem acabar atrapalhando. Um deles, o experimentado pelo Cruzeiro nesta temporada: a alta rotatividade de treinadores.

"É a pressão do futebol, né? Se não tem um planejamento estratégico, não tem convicção nas escolhas que faz, se não tem profissional competente para entender que modelo de jogo você vai trabalhar e qual técnico que melhor trabalha dentro desse modelo e de acordo com o que você tem de talento, aí fica difícil", resume.

"Isso passa necessariamente pela profissionalização: profissionaliza a gestão, contrata profissionais capacitados, investe no modelo de jogo, monta o grupo com um técnico qualificado e que tem a capacidade de trabalhar dentro desse modelo que se acredita ser o melhor para o clube", finaliza o especialista.