Entrevista: Dubdogz – ‘Os DJs trabalham o tempo todo’

Entrevista: Dubdogz – ‘Os DJs trabalham o tempo todo’
Marcos e Lucas Ruback Schmidt na Escola de Música Dubdogz, no Moinho
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Irmãos gêmeos juiz-foranos falam sobre a carreira, o projeto da Escola de Música na Zona Norte, que atende a cem crianças da cidade, e dão dicas para produtores de música eletrônica

 Tribuna     Por Fabiano Moreira

 

“Juiz-foranos, os irmãos gêmeos Marcos e Lucas Ruback Schmidt, de 30 anos, conhecidos mundialmente pelo projeto de música eletrônica Dubdogz, voltam à cidade natal nesta sexta-feira (27) para uma gig no clube Privilège, onde se sentem em casa. Em junho, lotaram a Avenida Rio Branco com o projeto Dog Secret, que realiza apresentações surpresa pelas ruas do Brasil e cujo registro postaram nesta terça no YouTube. É por aqui também que eles mantêm cem crianças estudando música na Escola de Música Dubdogz no Moinho, na Zona Norte.”

Dubdog 2z

Dubdogz (Imagem: Divulgação)

 

“Todos os maiores DJs que a gente conhece trabalham muito. Há anos. O tempo todo”, contaram à Tribuna, em bate-papo por WhatsApp, sobre o que é necessário para chegar ao topo. “A música mudou nossa vida, e temos certeza de que pode mudar a vida de muitas crianças e famílias daí também”, disseram, sobre as cem crianças atendidas na escola de música que leva o nome da dupla, no Moinho. Eles se emocionam ao falar do Dog Secret, na Avenida Rio Branco, em junho. “Ter feito esse projeto na nossa própria cidade, lotando a Avenida Rio Branco, onde passávamos diariamente para ir à escola e temos tantas memórias… foi especial demais”, contam. Uns queridos.

Tribuna: Vocês têm feito feat com artistas como Benny Benassi, Stromae, Bhaskar, Céu… Já são mais de 15 anos de estrada, quanto vocês cresceram desde o início? Quais as dicas que vocês dariam a novos produtores?

Dubdogz: É engraçado porque a gente, literalmente, cresceu durante todo esse tempo, em todos os sentidos. Somos dois irmãos que tocam desde os 14 anos e descobrimos a vida e o mundo junto com nossa carreira na música. Foram várias fases muito diferentes: num primeiro momento, a gente tocava PsyTrance em raves e festivais no Brasil e no mundo. Depois que fizemos 18 anos e começamos a poder frequentar os clubs, a gente queria pertencer àqueles lugares também, e aí criamos o Dubdogz. Desde então foram várias conquistas, mas também vários desafios e aprendizados. E hoje, com 30 anos, estamos vivendo o melhor momento da nossa carreira – mas com muita paixão para fazer muito mais. E com muito mais maturidade para encarar a vida que a gente leva.

As dicas que a gente daria para novos produtores é que trabalhem muito e tenham paciência. Todos os maiores DJs que a gente conhece trabalham muito. Há anos. O tempo todo. Correm atrás, se envolvem, não se acomodam. Muita gente quer só a fama do DJ, mas não quer o trabalho todo que estar por trás (que é muito maior do que as pessoas conseguem ver).

Como é o trabalho na Escola de Música Dubdogz? São cem crianças tendo aulas de canto, coral, flauta, violino, violão e DJ? São beneficiados alunos de escolas públicas de 7 a 17 anos da cidade de Juiz de Fora – MG, certo? Me contem sobre os resultados desse trabalho e como vocês acompanham. E onde vocês moram hoje?

Nós nascemos e crescemos em Juiz de Fora, nossa família continua aí, e amamos nossa cidade. E a gente queria retribuir tudo de incrível que Juiz de Fora e a música nos proporcionaram. Hoje moramos em São Paulo, mas sempre que dá, passamos por aí. Criamos a Escola de Música Dubdogz, que  atende cerca de cem crianças. Ela fica no Moinho, na Zona Norte, e atende crianças e adolescentes de 7 a 17 anos de escolas públicas, com pouco ou nenhum acesso a atividades musicais. A música mudou nossa vida, e temos certeza de que pode mudar a vida de muitas crianças e famílias também. Nossa mãe mora em Juiz de Fora e está à frente da escola, mas frequentemente aparecemos também.

É muito bonito ver o progresso dos alunos e o impacto que isso tem tido em suas famílias. O brilho no olhar, alunos já começando a se destacar, a tocar profissionalmente, a desenvolver disciplina e motivação, colocando a cabeça onde merece atenção. Somos apaixonados por esse projeto.

Eu não consegui ir à apresentação surpresa no Parque Halfeld porque estava viajando. Cheguei de viagem bem na hora, e o centro estava explodindo de gente. Como foi essa experiência? Tocar na rua é mais gostoso?

Esse é outro projeto nosso, de fazer shows de graça e de surpresa em locais públicos das cidades, para dar acesso à música e quebrar preconceitos em relação à música eletrônica para públicos que normalmente não consumiriam nosso som. É o Dog Secret.

É muito legal porque tem gente de todo tipo: de todas as idades, famílias, crianças, idosos, cachorro… e todo mundo se divertindo, respeitando e se emocionando com a gente. Recebemos muitas mensagens e relatos que fazem tudo valer a pena.

E ter feito esse projeto na nossa própria cidade, lotando a Avenida Rio Branco, onde passávamos diariamente para ir à escola e onde temos tantas memórias… foi especial demais. A gente olhava lá de cima e não acreditava, sabe? Foi dali que nós viemos, e olha onde estamos agora. Somos e sempre seremos gratos a Juiz de Fora e a essa gente tão incrível.

E agora, nessa sexta, a gente volta ao Privilège Juiz de Fora, onde já vivemos taaaanta coisa, para tocar numa noite única, com long set e naquele clima que só o Privi tem. A gente se sente em casa, e todo mundo sente junto.

Serviço

Dubdogz com Maquinhus SP e JP Valente

Na sexta-feira (27), às 23h

No Privilège (Estrada Engenheiro Gentil Forn 1.000, São Pedro)

Ingressos no Ingresse