‘Trilogia em Dança-Tragédia’ leva apresentações para o Cine-Theatro Central

‘Trilogia em Dança-Tragédia’ leva apresentações para o Cine-Theatro Central
DANCA-TRAGEDIA-2-Brunno-Martins
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp

Peças da “Trilogia em Dança-Tragédia” são organizadas pelo Coletivo Independente de Artistas do Rio Grande do Norte; espetáculos acontecem quarta-feira e quinta-feira

Tribuna    Por Elisabetta Mazocoli

 

Juiz de Fora recebe esta semana espetáculos da “Trilogia em Dança-Tragédia”, coreografados e dirigidos pelo juiz-forano René Loui. A produção é organizada pelo Coletivo Independente de Artistas (CIDA) do Rio Grande do Norte e leva para os palcos “Corpos turvos”, “Reino dos bichos e dos animais, Esse é o Meu Nome” e “Insanos e beija-flores a dois metros do chão”. A programação faz parte do Ocupa Dança 2024, e tematiza as dificuldades enfrentadas por grupos sociais marginalizados. Além disso, os espetáculos também abordam as complexidades do existir e os conflitos internos dos personagens, questionando os problemas vividos nos três diferentes atos. As peças acontecem nesta quarta-feira (28) e na quinta-feira (29), no Cine-Theatro Central, com distribuição de ingressos gratuitos na bilheteria do teatro.

O CIDA chega à cidade com curta temporada, mas com objetivo de questionar marcadores sociais e fazer críticas sociais sobre as complexidades de existir. A programação de “Trilogia em Dança-Tragédia” começa com “Corpos Turvos” e “Reino dos Bichos e dos Animais, Esse é o Meu Nome” fazem parte do primeiro dia de apresentação, às 19h. Em seguida, “Insanos e Beija-Flores a Dois Metros do Chão” encerra a trilogia, na quinta-feira, às 20h. Todas as sessões contam com Libras e audiodescrição.

As apresentações foram criadas pelo coreógrafo René Loui, com interlocução dramatúrgica de Jussara Belchior e elenco formado por nomes que são referências para as artes cênicas do Rio Grande do Norte (como Ana Cláudia Viana, Jânia Santos, Marconi Araujo, Pablo Vieira, René Loui e Rozeane Oliveira). Já a criação cênica sequenciada acessível teve sua pesquisa iniciada no ano de 2019 a partir de uma Residência Artística na Odisha Biennale, na Índia. Os espetáculos foram contemplados pelo Prêmio Funarte – Dança Acessível 2021, Prêmio Sesc de Artes Cênicas 2022, Prêmio Funarte de Estímulo ao Teatro 2022 e Sesc Pulsar 2023.

Na sexta-feira (30), às 19h, o coletivo participa de um debate no Teatro Paschoal Carlos Magno aberto ao público geral. O Ocupa Dança 2024 é uma proposta do Fórum de Dança para celebrar a dança e a arte em Juiz de Fora, e inclui mostras de dança e videodança, espetáculos com convidados especiais, oficinas, performances, criação artística, exposições, bailes e seminários em sua programação. O objetivo é enriquecer a vida cultural da cidade e proporcionar trocas para a comunidade artística.

Saiba mais sobre os espetáculos da “Trilogia em Dança-Tragédia”

DANCA TRAGEDIA Brunno Martins

Apresentações foram criadas pelo coreógrafo René Loui, com interlocução dramatúrgica de Jussara Belchior e elenco formado por nomes que são referências para as artes cênicas do Rio Grande do Norte (Foto: Brunno Martins)

A “Trilogia em Dança-Tragédia” coloca em foco a “estigmatização, desumanização, extermínio e invisibilidade das pessoas pretas, de toda comunidade LGBTQIAPN+, pessoas com transtornos mentais, pessoas com deficiência, mulheres, dos povos originários e pessoas que vivem e/ou convivem com o HIV ou AIDS”. De acordo com o coletivo, em “Corpos Turvos”, é abordada a urgência da sobrevivência e um pedido por empatia com todos os corpos. “Corpos Turvos inaugura uma criação que pensa coreograficamente de modo a não excluir a pessoa com deficiência, contrariamente, se constrói a partir das possibilidades de cada corpo que dança”, afirma o coletivo, em nota.

Já “Reino dos bichos e dos animais, esse é o meu nome” é livremente inspirada nas poesias de Stella do Patrocínio, uma mulher preta que viveu por quase 30 anos em ambiente manicomial. A peça busca discutir o que pode ou não ser considerado dança e teatro. “Insanos e Beija-Flores a Dois Metros do Chão”, que encerra a trilogia, traz uma obra autobiográfica, que foi livremente inspirada em fatos reais.” A obra narra as perspectivas de seis diferentes indivíduos que vivem há sete anos encarcerados no porão de uma casa conhecida como Hospício da Praia Vermelha”, esclarece o coletivo. O espetáculo traz como referência a vida e obra de Arthur Bispo do Rosário, um artista plástico nordestino.

Conheça René Loui

René Loui nasceu em Juiz de Fora, mas reside em Natal, no Rio Grande do Norte. Ele é bacharel em Artes e Design pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e mestre em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Também é um dos fundadores do Coletivo CIDA, gestor do Espaço Cultural Casa Tomada e diretor do Festival Casa Tomada. Seu trabalho é de um artista multidisciplinar, e já foi reconhecido nacional e internacionalmente através das 20 criações cênicas já realizadas e da participação em mais de 10 residências artísticas. Atualmente dedica-se à obra literária intitulada “Dança-Tragédia”, que aborda os processos criativos e a metodologia autoral homônima aplicada em suas obras.