Arbitragem discutível, mas Diniz e Cruzeiro ainda não se encontraram

Arbitragem discutível, mas Diniz e Cruzeiro ainda não se encontraram
Fernando Diniz na partida entre Cruzeiro e Bahia, no Mineirão Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro whatsapp Participe do canal de O TEMPO no WhatsApp e receba as notícias do dia direto no seu celular
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É cedo para determinar um trabalho, mas esse foi um risco assumido pela diretoria. O tempo de resposta do Cruzeiro de Diniz - para este ano - só encurta.

Por Josias Pereira O Tempo

Era um jogo difícil. O Bahia não é qualquer equipe. Está brigando diretamente pelo G6 do Brasileirão. O adversário tem suas qualidades e também a vantagem de um trabalho mais duradouro. O gol anulado de Kaio Jorge me pareceu bem discutível. E olha que anularam o de Veron em um lance fácil, claríssimo e de falta de atenção da bandeira. Se não tivesse o VAR... 

Mas foi com o árbitro de vídeo e na interpretação do juiz de campo sobre o lance que o segundo gol celeste na partida foi anulado. Um lance que determinou a história do jogo. 

Mas vamos lá. O primeiro tempo do Cruzeiro não foi bom. Apesar de algumas oportunidades, o Bahia mostrou mais volume e esteve muito próximo de balançar as redes de Cássio - como o fez, mas Thaciano estava impedido. 

Veio então o segundo tempo, esse, sim, com um jogo mais franco e aberto. As duas equipes tiveram oportunidades e também marcaram, mas o primeiro ponto que quero trazer para análise é o fato do time celeste aparentar muito cansaço na conclusão das partidas. A preparação física do elenco me preocupa.

Segundo ponto: as substituições realizadas entram em campo perdidas. Entendo que a qualidade do banco realmente anda em falta devido a múltiplas circunstâncias, mas a desorganização é grande. Isso diminui bem a capacidade de resposta do time, que acaba sempre levando um abafa que deixa o torcedor com o coração na mão. 

Terceiro ponto: a defesa do Cruzeiro foi modificada para essa partida. João Marcelo esteve até próximo de fazer um bom jogo, mas sua desatenção no gol de Lucho Rodríguez foi crucial. O que quero trazer em análise aqui é que o time continua tendo problemas na saída de bola. Wiliam mesmo entregou uma bola que só foi salva pela intervenção miraculosa de Cássio. O goleiro, por sinal, esteve mais uma vez bem. 

Com dificuldades para sair jogando, surge outro problema: os erros de passe. As tomadas de decisões seguem equivocadas em alguns momentos, o que irrita bastante. 

Quarto ponto: A queda de rendimento do Cruzeiro se confunde também com a questão física de Barreal. Ele não é o mesmo desde aquele jogo contra o Botafogo e principalmente pós-lesão. Está faltando muita confiança para executar o futebol que apresentou durante um bom momento da temporada. É importante recuperá-lo nesta reta final. 

Quinto ponto: Vinha pedindo Jhosefer no time e sigo acreditando que o garoto possui potencial. O erro contra o Bahia não é definidor. É um aprendizado.

Calma, pessoal! Muita calma! 

Sexto ponto: O Cruzeiro precisa ser mais "maldoso", vamos dizer, no bom sentido da palavra. Sabe aquele time que faz uma falta crucial para evitar um lance de perigo? Que tem o timing certo para impedir uma jogada que pode resultar em gol? Pois é. Essa maldade está em falta. E é preciso tê-la no estado máximo contra o que podemos esperar do Lanús no meio de semana. 

Sétimo ponto. Teve evolução ou não? Temos, sim, algumas evoluções no time. A marcação-pressão funcionou em alguns momentos, por exemplo. Mas o Cruzeiro, a meu ver, não teve o controle do jogo em período nenhum da partida.

O fato é que eu realmente esperava mais desse time após tantos dias dedicados aos treinamentos. Talvez esteja tendo uma dificuldade por parte do elenco de se moldar ao estilo de Diniz. Sinto falta de aproximações e até mesmo do jogo não posicional que o treinador sempre priorizou. 

 

O fato é que as coisas estão acontecendo, o calendário está afunilando e o tempo de resposta está ficando curto. O Cruzeiro não tem para onde correr na quarta-feira.

O Brasileirão até pode permitir vacilos, mas em um jogo de mata-mata, o time celeste precisa apresentar muito mais e é pra já. Sorte (ao menos esperamos) é que até quarta muitas coisas podem ser ajustadas. 

Dever, como coloquei no título, é um alerta, até porque compreendo que um período de quatro jogos é muito curto para determinar um trabalho. Esse é o risco que a diretoria assumiu. Mas o Cruzeiro tem decisões pela frente e do jeito que o cenário se desenha, a aposta total de conclusão do objetivo da temporada será a Copa Sul-Americana - o que é muito arriscado. 

Acorda, Cruzeiro!