Alckmin diz que volta do horário de verão ‘pode ser boa alternativa’

O vice-presidente reforçou que, de acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, não vai faltar energia no país por conta da crise hídrica

O Tempo   Por Lucyenne Landim

BRASÍLIA - O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou, nesta quarta-feira (11), que a adoção do horário de verão “pode ser uma boa alternativa” para minimizar os efeitos da crise hídrica registrada no setor elétrico do país. Alckmin não indicou, porém, se essa será a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O retorno do horário de verão, suspenso desde 2019, tem sido considerado pelo Ministério de Minas e Energia, comandado por Alexandre Silveira - veja abaixo. A medida adianta os relógios em uma hora como forma de economizar energia.

“Eu acho que o ministro [Silveira] falou uma coisa importante: não vai faltar energia. Mas nós precisamos todos ajudar. O horário de verão pode ser uma boa alternativa, você poupa energia”, declarou Alckmin, que também considera a perspectiva da indústria, já que é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. 

O vice-presidente também sugeriu, como solução para a crise hídrica, uma campanha de conscientização para que a população economize energia e evite desperdícios. Ele também destacou o crescimento das energias solar e eólica como alternativas à energia elétrica no Brasil.

Mais cedo, nesta quarta-feira, Silveira disse que a volta do horário de verão é algo que está colocado na mesa, mas ponderou que não existe uma decisão, uma vez que isso depende dos índices pluviométricos. 

“Quando há qualquer possibilidade que te aponta um caminho de uma solução para a modicidade tarifária e para a segurança do setor, é importante ser avaliada. Então, nós estamos numa fase de avaliação da necessidade ou não do horário de verão.” 

Ele ainda destacou que há uma divisão da sociedade sobre o assunto. “A maioria da sociedade, nas pesquisas de opinião, apontam que aprovam o horário de verão".

"Mas ele tem outros efeitos que têm que ser analisados pelo governo como um todo, além da questão energética, que é a questão da economia. Ele impulsiona fortemente a economia do turismo, dos bares e restaurantes”, completou o ministro.

Brasil enfrenta a pior seca 

O horário de verão foi extinto em abril de 2019 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em meio à intensa seca do ano passado, houve especulações sobre o retorno da medida, mas o governo Lula descartou essa possibilidade.

Na época, especialistas do Ministério de Minas e Energia analisaram que, apesar da seca, os níveis dos reservatórios hídricos do país permaneciam elevados, não justificando a necessidade de sua reintrodução.
 
O Brasil enfrenta, neste ano, a pior seca de sua história, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). No entanto, membros do governo afirmam que a situação dos reservatórios ainda não atingiu níveis críticos como em crises anteriores, a exemplo de 2021.

Um dos motivos para isso seriam medidas adotadas ao longo deste ano, como a retenção estratégica de água nos reservatórios.