‘Adrenalina’: nadador Gabrielzinho chega a Paris em busca de medalhas nas Paralimpíadas
Radicado em Juiz de Fora, paratleta da Seleção Brasileira estreia na maior competição paralímpica do mundo na quinta-feira
Por Davi Sampaio Tribuna de Mnas
Chegou a hora de o paratleta Gabriel Araújo, o “Gabrielzinho”, de 22 anos, disputar sua segunda Paralimpíadas representando a Seleção Brasileira. Radicado em Juiz de Fora desde a adolescência, o nadador fez, nos últimos dias, um período de aclimatação em Troyes, na França. Neste sábado (24), ele embarcou para Paris, onde acontece a maior competição paralímpica do mundo. A estreia acontece no dia 29, às 5h13, no horário de Brasília, na prova dos 100m costas.
Em entrevista à Tribuna, Gabrielzinho diz que os dias em Troyes foram fundamentais para a adaptação antes da competição. “Já estamos nos acostumando com o fuso horário e clima. O Comitê Paralímpico Brasileiro preparou tudo com qualidade para nos recepcionar. Tem comida brasileira, estamos nos sentindo em casa”, relata o paratleta, que tem treinado todos os dias na piscina, na parte da manhã, e alternado entre academia e fisioterapia à tarde.
“Aproveitar cada minuto”
Nas Paralimpíadas, ele vai disputar cinco provas. Na sua classe, a S2 – destinada aos atletas com membros inferiores, mãos e tronco afetados, com problemas de coordenação – serão três: 50m costas, 100m costas e 200m livre, todas com grande chance de pódio. Na classe acima da sua, a S3, o esportista nadará os 150m medley e os 50m livre. “A ideia principal é melhorar o tempo, e as medalhas são consequências. Quero nadar com qualidade e brigar pelo máximo de provas possível. O importante é sempre trabalhar forte”, avalia.
Conforme o nadador, essa disputa será diferente das Paralimpíadas de Tóquio 2020 – em que conquistou duas medalhas de ouro e uma de prata. “Não tem mais o peso de ser uma estreia, e agora, será com torcida (a última foi sem por causa da pandemia). Será uma adrenalina ainda mais legal. É uma honra representar o Brasil em um evento tão grande e ver o esporte paralímpico em crescimento e evolução, e com uma visibilidade maior. Quero aproveitar cada minuto, cada momento será único”, acredita Gabrielzinho, que quer conhecer a Torre Eiffel e o Parc des Princes, estádio do PSG, em seus momentos de folga na França.
Para ganhar ainda mais forças ao pular na piscina, o mineiro, que treina na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), clama por apoio. “Agradeço sempre o carinho da cidade, que me acolhe muito bem e torce para meu sucesso. Continuem mandando o máximo de energia possível para que eu consiga performar e dar orgulho para vocês”.
Gabrielzinho e a alta performance
Quem estará com Gabrielzinho representando a Seleção Brasileira nas Paralimpíadas é o treinador e fiel escudeiro, Fábio Antunes. Da mesma forma que o atleta, o professor enxerga que a preparação está sendo a melhor possível. “Estamos com rotinas de treino na água e avaliações com nutricionista. Busco deixar ele ativo durante o dia, para evitar que durma muito à tarde, para não atrapalhar o sono da noite. Manter essa rotina é a meta”.
Durante a competição, Fábio enxerga que a parte física é um diferencial. “Temos um programa de treino bem estruturado, com controle de todas as variáveis possíveis, como peso, estrutura corporal, alimentação, sono, recuperação, cargas e ritmos de treino, parciais de provas. Registramos tudo para ter o controle. E posso dizer que ele está mais forte do que em programas anteriores”, revela.
Sobre a chance de pódio em pelo menos três provas, Fábio atenta para o controle das variáveis. “Ele é um atleta de alta performance, não está indo só participar. Traçamos as metas de parciais, frequência e eficiência de nado, tempo final. Ele cumprindo as metas, estará tudo certo, as medalhas serão consequências”, projeta.
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