Volta da cólera no Brasil: com novos surtos e escassez de doses, OMS aprova nova vacina
No Brasil, um caso foi confirmado na última sexta-feira, em Salvador; entidades celebram aval como forma de ampliar estoque de imunizantes
Itatiaia Por Talyssa Lima
A organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou uma versão simplificada de uma vacina oral contra a cólera, para aumentar a produção e enfrentar o aumento do número de casos. A aprovação aconteceu na sexta-feira (19).
A vacina Euvichol-S é uma fórmula simplificada da Euvichol-Plus, com menos compostos, o que deve permitir produzir mais rapidamente volumes importantes, informou a OMS. O composto é produzido pelo grupo sul-coreano EuBiologics e tem eficácia semelhante à das formulações mais complexas.
A vacina líquida tem um prazo de validade de 24 meses. A Gavi e o Unicef reforçaram que a EuBiologics é atualmente a única fornecedora de vacina oral contra a cólera para o estoque global, embora se espere que outros fabricantes tenham produtos disponíveis nos próximos anos.
Vale lembrar, que a cólera é contraída por meio de uma bactéria transmitida pela água ou por alimentos contaminados e causa diarreia e vômito, que geram uma desidratação que pode ser fatal, principalmente em crianças.
“A nova vacina é o terceiro produto da mesma família de vacinas que temos para a cólera em nossa lista de pré-qualificação da OMS”, disse Rogério Gaspar, diretor do departamento de regulação da agência de saúde da ONU.
No último domingo (21), o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de cólera autóctone - que teve origem no local onde ocorreu o diagnóstico - dos últimos 18 anos no Brasil. A doença foi confirmada em Salvador. O paciente não viajou para países com ocorrência da doença e agora está isolado. Até o momento não houve outros casos.
A doença havia sido registrada pela última vez em 2005.
Segundo dados da OMS, a região africana é a mais afetada. O Ministério da Saúde destaca a importância da detecção precoce, investigação epidemiológica e medidas de prevenção e controle. Prevenção depende de saneamento básico, higiene pessoal e manipulação segura de alimentos.
A cólera, contraída por meio de uma bactéria transmitida pela água ou por alimentos contaminados e causa diarreia e vômito, que geram uma desidratação que pode ser fatal, principalmente em crianças. Nos últimos anos, houve uma explosão de contágios ao nível mundial, com 473 mil casos em 2022, o dobro de 2021. Segundo dados preliminares, houve 700 mil casos em 2023.
Embora a oferta mundial de vacinas tenha se multiplicado na última década, a demanda crescente gerou escassez, e 31 países reportam casos de cólera atualmente. Para enfrentar o aumento dos casos, a OMS passou a recomendar uma dose da vacina, em vez de duas.
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