Vini Jr fala se vai deixar o Real Madrid após os ataques racistas

Vini Jr fala se vai deixar o Real Madrid após os ataques racistas
Vinícus Júnior chora em entrevista coletiva da Seleção Brasileira em que fala sobre o racismo Rafael Ribeiro/CBF
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Atacante chorou em entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira (25), em Madri, na prévia do amistoso da Seleção Brasileira contra a Espanha, na terça-feira (26)

Itatiaia Esporte   Por 

 

Vinícius Júnior admitiu que pensou em deixa o Real Madrid por causa dos ataques racistas que sofre na Espanha há alguns anos. Mas, segundo ele, isso seria uma vitória dos racistas. O jogador chorou ao tratar do tema nesta segunda-feira (25), em entrevista coletiva em Madri, onde nesta terça-feira (26) a Seleção Brasileira enfrenta a Espanha em amistoso. O jogo terá como tema o combate ao racismo.

“Pensei em sair, sim. Mas se saio daqui, estou dando o que querem os racistas. Vou seguir lutando e jogando no melhor [clube] do mundo, ganhando títulos e fazendo muitos gols, para que vejam cada vez a minha cara. Sigo evoluindo para isso. Racistas sempre serão minoria”, disse Vini Jr.

“Como sou um jogador atrevido, que joga no Real Madrid e ganhamos muitos títulos, é complicado. Mas vou seguir firme e forte pois o presidente me apoia [Florentino Pérez], o clube me apoia, para que eu continue e possa ganhar muitas coisas”, completou o atacante.

Nos últimos meses, diversos casos de racismo contra o Vinícius Júnior foram registrados, com ele sendo chamado, principalmente, de macaco. Mesmo quando o Real Madrid não joga, torcedores cometem injúria racial contra Vini, como foi visto recentemente fora do estádio em jogo do Atlético de Madrid, pela Liga dos Campeões.

Há um ano, um dos casos mais graves foi visto em Valencia, no estádio Mestalla. Em maio de 2023, o jogo entre Valencia e Real Madrid, pela 35ª rodada de La Liga, foi interrompido por causa dos cantos racistas direcionados a Vinícius. Nada foi feito efetivamente contra os racistas ou o Valencia, pelas regras da Fifa o responsável pela segurança do jogo como mandante.

“A cada denúncia, cada vez mais as pessoas me insultam. Eles pensam que estou contra a Espanha, mas não estou contra a Espanha, estou contra os racistas do mundo, de toda a parte. Quero igualdade para todos nós. Depois de um ano [dos atos racistas em Valencia], tive muitos contatos, reuniões, conversas com pessoas que querem fazer as coisas evoluírem e outras que só querem escutar o que eu tenho para falar, mas não querem colocar nada para frente. Todo dia tenho que botar minha cara aqui, quem gosta de mim vai falar bem, quem não gosta vai falar mal. Tenho que tentar assimilar isso, pois grandes federações e pessoas importantes no mundo podem fazer isso comigo, mas muitas vezes têm receio”, disse Vini Jr.

Ele cobrou posturas mais firmes da Fifa, da Uefa (União Europeia de Futebol) e da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), mas elogiou a CBF.

“Obrigado à CBF, o presidente, todo o pessoal que trabalha com ele, todos os atletas sempre me deram a maior força do mundo para a gente seguir lutando junto, não só em campo, mas também fora. O presidente conseguiu mudar as regras, as Leis do Brasil, e a cada vez que tem um ato de crime no futebol, ele consegue punir essas pessoas. Isso vem diminuindo no Brasil, espero que outras federações do mundo todo possam aprender”, disse o jogador do Real Madrid.

Brasil e Espanha jogam amistoso nesta terça-feira (26), no estádio Santiago Bernabéu, casa do Real Madrid, a partir das 17h30 (de Brasília).