Porsche em SP: empresário estava em festa ‘open bar’ antes de acidente que matou motorista
Fernando foi registrado por câmeras de segurança deixando o local pouco depois das duas da manhã
O empreendedor Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, participava de uma festa com serviço de bar livre em uma residência de pôquer, na região Leste de São Paulo, antes de se envolver no acidente que resultou na morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana. Essas informações foram confirmadas pela Polícia Civil, na noite de quarta-feira (3), que continuará a interrogar testemunhas nos próximos dias. A dona da casa de pôquer esteve na delegacia no bairro do Tatuapé nesta tarde para prestar depoimento.
Em um relato com duração de aproximadamente uma hora, a mulher apresentou licenças de funcionamento, além de informar que o estabelecimento conta com câmeras de vigilância. Ela declarou não ter meios de identificar quem consumiu bebidas alcoólicas na noite do evento. As imagens já estão sob posse das autoridades, que apreenderam três unidades de disco rígido contendo as gravações, as quais serão encaminhadas para análise pericial. Até o momento, não foi possível identificar imagens do empresário no local.
Fernando foi registrado por câmeras de segurança deixando o local pouco depois das duas da manhã. As imagens o mostram juntamente com um amigo entrando no veículo momentos antes do acidente. O empresário negou ter ingerido bebidas alcoólicas, mas testemunhas apresentaram uma versão diferente.
Durante o depoimento prestado na segunda-feira (1°), Fernando negou ter consumido álcool ou drogas. Ele alegou ter perdido a consciência após a colisão do veículo e, ao recuperá-la, estava deitado na rua.
Uma das testemunhas ouvidas pela polícia informou que, logo após o acidente, parou seu veículo para prestar socorro às vítimas. Segundo seu relato, Fernando aparentava sinais de embriaguez, cambaleava e apresentava uma fala “pastosa”, demonstrando desorientação.
A testemunha também relatou que os momentos após o acidente foram marcados por discussões e pela tentativa de remover os ocupantes da Porsche do local.
Durante o depoimento, a testemunha mencionou que duas mulheres chegaram em um carro logo após o acidente, pretendendo levar Fernando e Marcus Vinicius para um hospital, mas foram impedidas.
Outras testemunhas também afirmaram que a mãe de Fernando chegou ao local “alterada e nervosa”, tendo discutido com as pessoas que pararam na via após a colisão.
Entre os relatos, a polícia já ouviu que, em pelo menos duas ocasiões, pessoas relacionadas a Fernando tentaram retirá-lo do local do acidente. Mais depoimentos e a versão da defesa
A Polícia Civil confirmou que pelo menos mais uma pessoa será ouvida nesta quinta-feira. A identidade da testemunha não foi confirmada.
Marcus Vinícius, que estava no carro com Fernando, ainda não foi ouvido. Ele sofreu um ferimento no baço e passou por cirurgia na tarde de ontem (3).
Os policiais militares envolvidos na ocorrência também serão interrogados, mas ainda não há uma data marcada, pois o procedimento para os depoimentos de militares depende de trâmites burocráticos entre as instituições.
A advogada de Fernando, Carine Acardo Garcia, esteve na delegacia na tarde de quarta-feira e relatou que seu cliente está sofrendo um linchamento devido a uma disputa de classes. “Há um linchamento contra o meu cliente. Está havendo uma disputa de classes que não existe e não deveria existir”, afirmou.
A advogada também reiterou que o acidente foi uma fatalidade e que Fernando não tinha a intenção de causar a colisão. Ela sustentou a versão de que o empresário não ingeriu bebidas alcoólicas e desafiou a polícia a provar essa hipótese.
*Com informações da CNN Brasil
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