Polícia intensifica ações para o combate a crimes sexuais no Carnaval em MG

Polícia intensifica ações para o combate a crimes sexuais no Carnaval em MG
Polícia Civil terá o reforço de servidores durante os dias de Carnaval — Foto: Tânia Rego/Arquivo/Agência Brasil
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp

Serão distribuídos materiais educativos e também haverá reforço no número de policiais e de estruturas para o registro de boletins de ocorrência

Por O Tempo

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) vai reforçar as ações de segurança a fim de evitar os casos de violência contra a mulher durante os dias de Carnaval. O programa será realizado em Belo Horizonte, onde deve reunir o maior número de foliões, além de cidades do interior do estado. Serão distribuídos materiais educativos e também haverá reforço no número de policiais e de estruturas para o registro de  boletins de ocorrência.

“O nosso objetivo foi informar acerca de quais condutas podem ser enquadradas como crimes, conscientizar a população sobre a importância de um Carnaval com respeito e sem qualquer tipo de constrangimento à mulher, e prevenir a ocorrência de crimes que atentem contra a dignidade sexual das mulheres”, conta o delegado João Martins Teixeira Barbosa, que coordenou uma ação de conscientização com a equipe da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher no município de Itabira, na região Central.

A campanha terá o slogan “Depois do não, é crime, uai!”. A ideia é prevenir crimes de importunação sexual, estupro e outros crimes dessa natureza. “O não vale para diversas situações, e o desrespeito à decisão da mulher pode ensejar crimes passíveis de prisão. Beijo roubado e passar a mão no corpo da vítima, por exemplo, é crime de importunação sexual, com pena de até cinco anos”, adverte a delegada Nicole Perim.

A policial reforça que forçar uma relação ou algum outro ato de cunho sexual com violência ou grave ameaça configura o crime de estupro. “Da mesma forma, se a vítima não tem condições de oferecer resistência e é submetida a situações como essas, o agressor pode responder pelo crime e passar até 12 anos preso”, pontua.

A delegada destaca que esses times podem ocorrer durante a folia, e reforça a necessidade das mulheres denunciarem quando forem vítimas. “Depois do não, é crime. Seja em qualquer lugar, usando a fantasia ou a roupa que for, basta o seu não. E caso você seja vítima de condutas criminosas como essas, acione imediatamente a polícia”, enfatiza.

Projeto Acolhe Minas

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) aposta no Plantão Integrado Acolhe Minas como forma de aumentar a segurança durante os dias de folia. O serviço é voltado para o acolhimento de vítimas maiores de 18 anos, que não sejam vítimas de casos de flagrante, em Belo Horizonte. O programa irá contar com policiais civis do Defam para registros de ocorrências, expedição de guias de exame médico-legal e requerimento de medidas protetivas de urgência para mulheres vítimas de violência.

O Plantão Integrado Acolhe Minas vai funcionar durante todo o Carnaval, na Casa Verde, na praça da Liberdade, na região Centro-Sul da capital. "No local, será feito o acolhimento de mulheres, vítimas de violência, importunação sexual e outros crimes, com uma rede integrada de instituições mineiras para uma escuta qualificada, atendimento psicossocial, orientação jurídica e encaminhamento a abrigos", acrescenta a PCMG.

Delegacia das Mulheres

Os crimes em que for feita a condução do agressor serão direcionados à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher. O espaço funcionará na avenida Barbacena, 288, no bairro Barro Preto, região Centro-Sul da capital.

Nos casos graves ou que representam riscos para a vida da mulher, por causa de uso ou abuso de álcool, como outras drogas, a condução dos envolvidos será em articulação com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), à Rede de Atenção da Saúde de Belo Horizonte, de acordo com a especificidade de cada situação.

Estrutura Policial

Durante os dias de Carnaval, a Polícia Civil de Minas Gerais contará com o reforço de 1,2 mil servidores. Eles serão deslocados para as unidades de plantão, delegacias de cidades turísticas, unidades periciais e do Instituto de Identificação.

A instituição também irá reforçar o efetivo no Instituto Médico-Legal (IML) em Belo Horizonte e nos Postos Médico-Legais em Ouro Preto, Santa Rita do Sapucaí, São João del-Rei, Tiradentes e Diamantina. A capital também vai contar com o ônibus da Delegacia Móvel da Polícia Civil.

Além de unidades policiais físicas, estão disponíveis para denúncias os disques 180 e 181.

Dicas de segurança

A Polícia Civil de Minas Gerais orienta os foliões a adotarem medidas para que evitem ser vítimas de diversos crimes durante os dias de folia. “Leve consigo apenas o necessário, guarde seus pertences de maneira segura, evite sair sozinho e tente não ficar com o celular nas mãos. Fique atento a empurrões, esbarrões e aglomerações. Se desconfiar de algo, encaminhe a sua localização para uma pessoa de confiança e, se precisar, se refugie em um lugar seguro e acione a polícia”, sugere a delegada Nicole Perim.

Outra recomendação é para os cuidados a fim de que os não caiam em golpes, principalmente na hora de efetuar pagamentos.“Caso utilize o cartão, confira se o valor da compra na máquina está correto. Não digite a senha perto do campo de visão de desconhecidos. Se o cartão for por aproximação, não o deixe exposto. E fique atento também ao efetuar Pix, conferindo sempre o valor da compra e os dados do beneficiário”, destaca a delegada.

Registro de ocorrência

Além das unidades policiais, foliões que forem vítimas de algum crime poderão registrar o boletim de ocorrência na Delegacia Virtual. Por meio da plataforma online, podem ser registradas as ocorrências de acidente de trânsito sem vítima, perda de documentos e objetos, desaparecimento de pessoa, localização de desaparecido, localização de desconhecido, dano, furto, pichação e estelionato.

A Delegacia Virtual também permite o registro de casos de ameaça, vias de fato/lesão corporal e descumprimento de medida protetiva no âmbito de violência doméstica. "O serviço, que oferece simplicidade, comodidade e segurança para o registro, tem a mesma validade do feito presencialmente", finaliza a PCMG.