Moradores de ‘paraíso’ em MG se inspiram em Furnas para defender tombamento de lagoa

Moradores de ‘paraíso’ em MG se inspiram em Furnas para defender tombamento de lagoa
Foto mostra paisagem de Lapinha da Serra (MG) Lapinha Da Serra é um vilarejo de Santana do Riacho, na região Central de Minas Imagens cedidas à Itatiaia
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Movimento quer preservar a lagoa de Lapinha da Serra, em Santana do Riacho, para proteger o turismo; água também é usado por usina hidrelétrica

 Portal Itatiaia

Um paraíso perto de Belo Horizonte, é assim que os moradores definem Lapinha da Serra, distrito de Santana do Riacho que fica a cerca de 140 quilômetros da capital mineira. A lagoa da represa é um dos principais atrativos do local, mas sofre com a baixa no nível da água nos momentos de estiagem. Por isso, um movimento que uniu a Associação Comunitária de Lapinha da Serra e a Associação Comercial de Lapinha da Serra (ACLS) busca o tombamento do distrito e a preservação de uma cota mínima da lagoa, assim como aconteceu em Furnas. O pedido de tombamento também é apoiado pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura e pelo Conselho Municipal de Patrimonio Cultural, do Município de Santana de Riacho.

Além de ser um grande atrativo turístico, a represa também é usada pela Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Coronel Américo Teixeira. A estrutura tem a potência instalada de 5.6 MW, suficiente para atender até 1.800 residências. Bernardo Nacif, presidente da Associação Comercial de Lapinha Da Serra, explica que o movimento não é contra a hidrelétrica, mas sim a favor de se encontrar um denominador comum que beneficie tanto a empresa quanto os moradores e o turismo. O problema é que, segundo Bernardo, a empresa não dialoga com a comunidade.

‘Qual a forma de manter o nível do espelho d'água? Semelhante ao que aconteceu em Furnas, aqui em Minas Gerais. Antes, durante os períodos de estiagem, alguns ‘braços’ de Furnas secavam e isso prejudicava o turismo. Hoje, se você chegar lá, vai ver que o nível do espelho d’água não abaixou 50 centímetros, porque eles conseguiram a proteção do espelho d’água via tombamento. Eles demonstraram o empobrecimento do turismo e de toda a cadeia produtiva durante o período de estiagem. Ou seja, as pousadas não eram procuradas e os empregos se perdiam. Essa cadeia produtiva só era retomada quando as águas retornavam, no final de outubro’.