Médico que divulga fake news sobre câncer de mama tem registro no CRM em Minas

Médico que divulga fake news sobre câncer de mama tem registro no CRM em Minas
Médico que divulga fake news sobre câncer de mama tem registro no CRM em Minas Médico que divulga fake news sobre câncer de mama tem registro no CRM em Minas Reprodução/ Redes sociais
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Uma publicação de Lucas Silva Ferreira Mattos viralizou nas redes sociais com uma publicação com informações falsas sobre a doença; a Itatiaia entrou em contato com o médico e não obteve retorno

Itatiaia      Por  

 

Lucas Silva Ferreira Mattos, investigado por divulgar informações falsas sobre câncer de mama, tem registro no Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais (CRM-MG).

O registro de Mattos, de número 79768-MG, está ativo desde 7 de junho de 2019. Ele também possui registro de atuação no estado de São Paulo, que é sua inscrição secundária e está ativo desde maio de 2023. O médico não tem especialidade registrada em nenhum dos órgãos.

 

Médico que divulga fake news sobre câncer de mama tem registro no CRM em Minas

Registros profissionais de Lucas Silva Ferreira Mattos

Reprodução/ CFM

 

Lucas tem mais 1,2 milhão de seguidores nas redes sociais. Em um de seus vídeos, ele respondeu a uma pergunta sobre uma pessoa que disse ter dois cistos nos seios e que fazia acompanhamento, mas queria saber “o que poderia fazer para acabar [com os cistos]”.

“Ficar fazendo mamografia? Uma mamografia gera uma radiação para a mama equivalente a 200 raios-X. Isso aumenta a incidência de câncer de mama, por excesso de mamografia. Tenho 100% de certeza que o seu nódulo benigno é deficiência de iodo”, disse ele com base apenas na informação citada pela seguidora.

Em redes sociais, Lucas Silva Ferreira Mattos oferece cursos ‘ensinando’ a combater doenças como hipotireoidismo apenas com dietas e afirma, sem qualquer evidência científica, que os pacientes adoecem porque remédios são feitos com derivados de petróleo.

Itatiaia entrou em contato com o CRM-MG, que informou em nota que “todas as denúncias recebidas, formais e de ofício, são apuradas, tendo o médico amplo direito de defesa e ao contraditório. Todos os procedimentos abertos correm sob sigilo, conforme previsto no Código de Processo Ético-Profissional”.

O vídeo foi encaminhado ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), que informou, por nota, que “que está investigando o caso em questão” e que as apurações tramitam sob sigilo.

A reportagem entrou em contato com o médico e não obteve retorno. O espaço segue aberto.

O que disse a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM):

Por meio de nota, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), observou a situação com grande preocupação e disse ainda, que crescente o número de notícias falsas a respeito do tratamento e da prevenção do câncer de mama. Confira a nota:

“A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) observa com grande preocupação o crescente número de notícias falsas a respeito do tratamento e da prevenção do câncer de mama. As redes sociais possuem inúmeros perfis de pessoas que se dizem médicas ou profissionais de saúde que fazem afirmações sensacionalistas e mentirosas sobre o assunto.

Aparentemente, o modus operandi é sempre o mesmo:

1. divulga-se algo absurdo e sem nenhuma comprovação científica (ou já provado o contrário), sempre baseado na opinião da pessoa ou de algum outro dito influenciador.
2. venda de algum tratamento ou terapia milagrosa que vai curar ou evitar a doença, geralmente através de infusões sem registro na ANVISA e vendidas na própria clínica ou consultório.
3. outra forma de lucro é através de cursos voltados para médicos, profissionais de saúde ou até pessoas sem nenhuma formação, para ensinar as tais terapias. Em pleno OUTUBRO ROSA, quando o tratamento e a prevenção do câncer de mama deveriam ser o foco principal de atenção, temos visto com tristeza o surgimento de postagens que afirmam absurdos. Dentre as maiores nulidades observadas, estão as teorias que a mamografia causa câncer de mama, que o câncer de mama não existe e que é possível prevenir ou tratar o câncer de mama através do uso de hormônios.

Infelizmente, somos obrigados a perder tempo e energia para desmentir tais absurdos. Finalmente, conclamamos aos órgãos responsáveis que tomem atitudes contra estas pessoas desonestas que repassam informações mentirosas sobre este problema tão importante na saúde brasileira que é o câncer de mama”.