Mais de 150 pessoas estão na fila para adotar uma criança ou adolescente em Juiz de Fora

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Maior procura é por crianças de até 4 anos. O g1 também conversou com a empresária Valéria Serrão, que participou do processo e hoje orgulha-se de ser mãe de Estevan, de 9 anos.

Por Luiza Sudré, g1 Zona da Mata — Juiz de Fora

Atualmente Juiz de Fora conta com 155 pessoas pretendentes à adoção de crianças. Os dados são do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que também indicam maior procura por crianças de até 4 anos.

A adoção é um processo legal e irreversível, que transfere o poder familiar dos pais biológicos para uma família substituta quando forem esgotados todos os recursos oferecidos para que a convivência com a família original seja mantida.

Em Juiz de Fora, o número de adoções mais que dobrou entre 2022 e 2023, passando para 23 pessoas, entre crianças e adolescentes, para 48 no ano seguinte. Em 2024, foram oito oficializações de adoção até o momento.

'O filho que eu fui buscar'

"Adotar é um ato de coragem e amor", avalia Valéria Serrão. Ela e o marido adotaram o Estevan, hoje com 9 anos, quando ele tinha apenas um dia de vida.

'O filho que eu fui buscar'

"Adotar é um ato de coragem e amor", avalia Valéria Serrão. Ela e o marido adotaram o Estevan, hoje com 9 anos, quando ele tinha apenas um dia de vida.

Valéria adotou o filho com um dia de vida — Foto: Arquivo Pessoal

Valéria adotou o filho com um dia de vida — Foto: Arquivo Pessoal

A empresária diz nunca pensou em adotar uma criança, mas o desejo veio depois de tentativas frustradas de gravidez e uma grande vontade do casal ter um filho.

 

"Quando decidimos entrar no processo da adoção, que durou 2 anos, comecei a me preparar psicologicamente, estudar sobre o assunto, saber como receber e criar a criança".

 

Estevan chegou com um dia de vida na família, nasceu no dia do aniversário de Valéria, e hoje mãe e filho compartilham o mesmo dia de nascimento e um elo único: "Ele é o filho que eu fui buscar e tive muita sorte".

"Ele é o filho que eu fui buscar", conta Valéria — Foto: Arquivo Pessoal

"Ele é o filho que eu fui buscar", conta Valéria — Foto: Arquivo Pessoal

Ela diz manter um diálogo aberto com o menino sobre ele ter sido adotado, que desde o início decidiu que o filho iria saber de como chegou na famíla, e que tem uma mãe biológica. Mas Valéria e o marido reforçam a importância do cuidado em contar detalhes que são apropriados para a idade do garoto, para que possa entender como aconteceu o processo com a maturidade de uma criança.

 

"Toda criança gosta de ouvir a própria história, então contamos a dele e vamos acrescentando detalhes todos os anos. A medida que ele vai crescendo e amadurecendo, descobre novos detalhes de como chegou na nossa família".

 

Como adotar?

Para se habilitar à adoção em Juiz de Fora, os interessados devem procurar o setor técnico da Vara de Infância, que fica na Avenida Brasil, nº 1.000, no 3º andar, entre as 12h e 18h. Eles receberão o formulário e a lista de documentos que precisam ser entregues para iniciar o processo, como:

  • Cópias autenticadas da certidão de nascimento ou casamento, ou declaração relativa ao período de união estável;
  • Cópias da Cédula de identidade e da Inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF);
  • Comprovante de renda e de residência;
  • Atestados de sanidade física e mental;
  • Certidão negativa de distribuição cível;
  • Certidão de antecedentes criminais.

É necessário passar por um curso e entrevistas que ajudam a traçar o perfil do interessado e definir se ele será habilitado.

Outros detalhes sobre o processo também podem ser encontrados no site do CNJ.

Família acolhedora

Algumas pessoas que não estejam interessadas em realizar uma adoção também podem participar do Programa Família Acolhedora. Os cadastrados passam por avaliação psicológica, visita domiciliar e capacitações pela equipe de psicólogos e assistentes sociais da Secretaria de Desenvolvimento Social.

Para realizar o pré-cadastro, é necessário acessar a página do programa e incluir os dados. É possível se informar pelo telefone (32) 3690-7963.