Funcionário executado em concessionária de BH será enterrado nesta quarta-feira
Despedida de Alexandre dos Santos Queiros, de 65 anos, está marcada para começar às 12h no Cemitério Bosque da Esperança
O Tempo Por José Vítor Camilo
Acontece, na tarde desta quarta-feira (29 de maio), o velório e enterro de Alexandre dos Santos Queiros, de 65 anos, assassinado a tiros na tarde de terça-feira (28) no momento em que trabalhava em uma concessionária de veículos no bairro Liberdade, na Pampulha, em Belo Horizonte. A despedida da vítima acontece no Cemitério Bosque da Esperança, na região Norte da capital, a partir das 12h. O sepultamento está previsto para acontecer às 16h.
Em entrevista a O TEMPO, sem conseguir conter as lágrimas, o amigo da vítima, Paulo Rocha, descreveu a dor de perder um companheiro. “Ele era a melhor pessoa do mundo. Todos gostavam dele”, acrescentou, ainda com incredulidade sobre o assassinato. Em depoimento à polícia, a família também disse desconhecer qualquer problema ou desavença que Alexandre, que trabalhava na concessionária há cerca de 10 anos, pudesse ter.
O assassinato de Alexandre foi cometido a sangue frio pelo vendedor imobiliário Marcelio Lima de Barros, de 57 anos, que era ex-cliente da vítima e alegou que queria se "vingar" após se sentir prejudicado durante a manutenção de um veículo em 2022.
Alexandre dos Santos Queiroz estava no trabalho, na concessionária, quando foi surpreendido pelo agressor. Funcionários e clientes do estabelecimento relataram que Marcelio chegou em silêncio, foi até a vítima e puxou o gatilho sem hesitar. O assassinato foi registrado pelas câmeras de segurança do estabelecimento.
Na sequência, sem qualquer constrangimento, ele fugiu em um carro modelo UP branco. O atirador foi preso pelo Batalhão de Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) na avenida Pedro I e levado para a Central de Flagrantes I, que fica no bairro Floresta, na região Leste de BH. Foram ao menos cinco disparos em várias regiões do corpo, entre elas, cabeça e costas.
O atirador que atirou contra o funcionário de uma concessionária, nesta terça-feira (28), na região da Pampulha, chegou em silêncio na delegacia. Questionado pela reportagem, o homem adotou o silêncio, não quis comentar sobre o crime e, sob escolta policial, entrou na Central de Flagrantes (Ceflan) do bairro Floresta.
O que motivou o crime?
O crime teria sido motivado por uma revolta de Marcelio com relação a uma manutenção feita no veículo dele. Para os policiais, ele contou que, em 2022, levou o veículo à concessionária para realizar um reparo na bomba de água. À época, desembolsou R$ 3.000 pelo serviço e foi atendido pela vítima (Alexandre dos Santos Queiroz). Após uma semana do reparo, o veículo apresentou mais um defeito depois de uma tempestade.
O desentendimento entre os dois, ainda de acordo com o relato do preso, teve início quando Marcelio foi ao estabelecimento se queixar do conserto. O funcionário o teria tratado de maneira "grosseira e arrogante" e, por isso, ele teria levado o carro para outra oficina, onde gastou mais R$ 2.500. "Ao final de tudo isso, tive um gasto de R$ 5.500", contou à PM.
Marcelio disse que se manteve revoltado com a situação por dois anos e que o sentimento foi agravado, conforme o relato dele, pelo fato de estar desempregado. Ele disse aos policiais militares que, nesta terça-feira, decidiu ir até a concessionária por "motivo de vingança" e atirou porque "acredita que a vítima danificou seu carro de maneira proposital".
Arma do crime
A arma usada, conforme o relato de Marcelio, foi comprada em 2001 em um clube de tiros localizado no bairro Gutierrez, na região Oeste de Belo Horizonte, por R$ 2.000. Ele ainda confessou que raspou a numeração da arma há cinco dias — o que torna a arma ilegal.
Antecedente criminal
Além do assassinato na concessionária na Pampulha, Marcelio Lima de Barros tem antecedentes criminais por outro crime. Ele é suspeito de cometer importunação sexual contra a própria filha, ato que teria ocorrido anos atrás, de acordo com fontes da Polícia Militar.
Concessionária nega que suspeito tenha sido cliente
Em nota, o grupo Líder, proprietário da Concessionária Mila, afirmou que o suspeito dos disparos “nunca foi cliente” da empresa. Além disso, disse desconhecer “qualquer episódio que envolva acordo comercial que não tenha seguido os protocolos e as normas da empresa, que sempre prezam pela boa conduta”.
A concessionária lamenta a morte do funcionário e “se solidariza com os familiares e amigos do colaborador”.
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