Fotógrafo desaparecido: diferença entre legislação brasileira e francesa atrasa buscas
Até o momento, família tem contado com a ajuda de amigos e parentes que vivem em Paris para tentar encontrar pistas do paradeiro do profissional mineiro
O Tempo Por Maria Irenilda
Em meio à angústia e falta de informação do paradeiro do fotógrafo mineiro Flávio de Castro, desaparecido desde 26 de novembro, em Paris, na França, familiares e amigos enfrentam a lentidão e burocracia da polícia francesa.
“A lei francesa é muito difícil e diferente referente ao desaparecimento. Todo o desaparecimento lá, primeiro é tratado como um desaparecimento voluntário, ou seja, ele que sumiu, a gente não tem culpa disso. Se ele não quiser aparecer, o problema é da família”, diz o sócio e amigo de Flávio, Lucien Esteban.
Em entrevista ao O TEMPO, na tarde deste domingo (1 de dezembro), Esteban contou que a família tem tentado mostrar para a justiça francesa que os indícios sustentam que o sumiço não foi voluntário. “A gente precisa muito mostrar que não faz muito sentido isso. Primeiro, todo o retrospecto dele; segundo, que as coisas dele ficaram para trás. Nem o passaporte estava com ele”, argumentou.
Até o momento, a família tem contado com a ajuda de amigos e parentes que vivem em Paris para tentar encontrar pistas do paradeiro do fotógrafo. “ A gente tem pessoas nos ajudando de lá. É tanto amigos brasileiros que moram lá, amigos franceses, tem minha família porque meu pai é francês. Ele mora no Brasil, mas minha tia e minha prima moram. Dentro do possível eles também estão nos ajudando”, diz Lucien.
Segundo Esteban, a força tarefa de voluntários já identificou várias câmeras de segurança que podem ter registrado o que aconteceu com Flávio. “A gente tem praticamente todos os pontos concretos de onde ele passou e horários possíveis. E a gente sabe que Paris tem muitas câmeras. Primeiro, porque a gente vê na rua e, segundo, que a gente até achou um site que mostra localização de câmeras em todos os lugares possíveis do nosso retrospecto”, disse.
O esforço da família é para que a polícia francesa inclua o caso na categoria “urgente” de desaparecimento. “No Brasil, a partir de 72 horas vira realmente desaparecido, lá não. É urgente e não urgente. O não urgente é o que eles consideram que enquanto não tem nenhuma prova concreta de que algo realmente possa ter acontecido, para eles a pessoa sumiu por conta própria, e não vão investigar. E o urgente, é que realmente pode ter acontecido alguma coisa e, aí sim, eles vão investigar. Queremos isso porque é muito difícil uma pessoa sumir assim”, explica Esteban.
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