Fisiculturista tenta reduzir pena em 2º julgamento em BH: 'fingiu de doido'

Fisiculturista tenta reduzir pena em 2º julgamento em BH: 'fingiu de doido'
Julgamento acontece em BH, pela segunda vez — Foto: Fórum BH / Divulgação
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Homem matou ex e o filho dela quando eles saíam da academia; condenação de mais de 40 anos, no primeiro julgamento, foi anulada

O Tempo   Por Raquel Penaforte 

 

O fisiculturista, de 33, acusado de ter matado a ex, Tereza Cristina Peres de Almeida, de 44, e o filho dela, Gabriel Peres, de 22, está sendo julgado pela segunda vez nesta quarta-feira (6 de março). Na primeira audiência, o réu chegou a ser condenado a 41 anos e 4 meses de prisão, mas a defesa alegou semi-imputabilidade – quando o investigado, por alguma condição de saúde mental, não é capaz de compreender a gravidade do crime –, e o julgamento foi cancelado. Os assassinatos ocorreram em 2019. 

“A gente espera que o júri seja realizado, pois foram vários adiamentos a pedido da defesa, e também, ao final, esperamos a condenação, a uma pena próxima ao que foi do júri anulado", afirmou o advogado Thiago Cruz, que defende a família das vítimas.

O réu e a vítima mantiveram um relacionamento conturbado por aproximadamente dois anos. Ela chegou a registrar boletins de ocorrência contra ele e tinha uma medida protetiva que prévia o distância deles. Porém, em 29 de julho de 2019, por volta de 21h50min, ele atirou contra as vítimas quando elas saiam de um academia na Av. Bernardo de Vasconcelos, bairro Ipiranga, na região Noroeste da capital.

"Ele é réu confesso, apesar de no último julgamento ter permanecido em silêncio. Desde a data, ele segue preso preventivamente e responde por dois homicídios qualificados, sendo um deles tipificado como feminicídio, em que a pena é agravada por motivo torpe e por recurso que dificultou a defesa da vítima”, acrescentou o advogado.

De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a condenação foi "de acordo com a integralidade da denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), ou seja, pelo crime de duplo homicídio qualificado, sem reconhecimento da semi-imputabilidade alegada pela defesa". 

No primeiro júri, ele foi condenado a 25 anos e 4 meses pela morte da mulher e a outros 16 anos pelo homicídio do filho dela. Caso a condição de semi-imputável fosse aceita pelos jurados, a pena poderia cair em até um terço. Neste segundo julgamento, o corpo de júri está formado por cinco homens e duas mulheres.

Esperando por Justiça

“Hoje, espero que o sangue da minha irmã e do meu sobrinho sejam justificados, que esse covarde pague pelo o que fez com a minha irmã, com meu sobrinho e, juntamente, com a família”, disse o irmão e tio das vítimas, Hugo Peres.

Segundo Peres, o argumento usado pela defesa de semi-imputabilidade não era motivo para o cancelamento da primeira condenação.

“Ele é um covarde, aproveitou da fragilidade do sentimental da minha irmã, conquistou e depois a humilhou, bateu e a matou. Vi a cena dela caída no asfalto de cara no chão assassinada por um covarde,  que premeditou, esperou eles por cinco horas passarem. Quer dizer ele armou isso tudo? Ele tinha todo equipamento preparado dentro do carro para torturar e depois alegar imputabilidade? Muito fácil pedir um laudo e fingir ser doido”, alegou.

Dez testemunhas foram convocadas para este julgamento. A defesa do réu não conversou com a reportagem.