Febre entre adolescentes, rolezinho de bike deixa menino de 12 anos com ferimentos graves

Febre entre adolescentes, rolezinho de bike deixa menino de 12 anos com ferimentos graves
Mãe alerta sobre risco de acidentes com motos Pixabay/imagem ilustrativa

Esfolados e escoriações são ostentados como troféus entre os adeptos dessa brincadeira arriscada

Itatiaia     Por 

 

O rolezinho de bike promete ser a mais nova e perigosa moda queridinha dos adolescentes . Na internet, o que não faltam são vídeos de jovens sem nenhum equipamento de segurança fazendo manobras radicais no meio da rua e entre os carros. E acredite, os esfolados e escoriações são ostentados como troféus entre os adeptos dessa brincadeira arriscada.

Mas o pior é que na vida real os machucados vão muito além das escoriações . A servidora pública Érica Silva mora em Lagoa Santa, na Grande BH, com filho de 12 anos . O garoto segue diversas páginas de vídeos de manobras perigosas de bike e, ao se aventurar numa bicicleta sem freios com os amigos, o menino perdeu o controle da bike, bateu no muro e teve múltiplas fraturas. Ele foi encaminhado direto para o Hospital João XXIII. Érica desabafa:

“Ele gosta, ele acompanha os grupos, né, nas redes sociais, mas ele não frequenta porque eu não deixo, além de também não concordar. Ele é uma criança de 12 anos. Primeiro que eu acho que são adolescentes bem mais velhos, não é um ambiente propício para ele e eu alerto mesmo aos pais: tomem cuidado com seus filhos”, diz a mãe.

Érica diz que há muitas crianças participando dos movimentos. “Muitos outros filhos de outras mães, que nem sabem estão envolvidos nesses encontros de grau. Eles assumem o risco, correndo o risco de se machucarem, machucarem outras pessoas, podendo perder a vida ou comprometer a vida de outros filhos, de outros pais e mães que poderiam estar no meu lugar agora”, diz Érica, que explica o quadro do filho.

“Ele teve politraumatismo craniano, ele teve de face, onde ele quebrou o osso orbital, que é o osso abaixo do olho, a mandíbula e o maxilar, e quebrou o fêmur. Estamos há 12 dias no hospital, ainda sem previsão de alta. Ele ainda está se alimentando de alimentação pastosa porque não pode mastigar devido às múltiplas fraturas de face, né, e ainda não teve alta neurológica . Os médicos sempre disseram que na situação dele é um milagre”, diz a mãe, que agradece a Deus por o filha ter sobrevivido.

Atendimentos

Somente neste ano, o hospital João XXIII, em Belo Horizonte, atendeu cerca de 182 jovens com idades entre 12 a 19 anos, vítimas de acidentes com bicicletas. Só no ano passado, 553 adolescentes passaram pelo pronto-socorro. A imprudência faz com que as lesões sejam cada vez mais sérias. É o que revela o cirurgião do setor de traumas do Hospital João XXIII, Paulo Correa.

“O fato que está associado à piora das lesões, com certeza é a velocidade”, alerta. “As lesões principais são traumatismo crânio-encefálico, fratura, trauma músculo-esquelético . No abdômen, lesão principalmente de órgão maciço, por exemplo, lesão de baço, lesão de fígado. São situações que a gente tem uma atenção especial no atendimento inicial desses pacientes, principalmente por sangramento e outros riscos, como sequela de traumatismo craniano, sequela de traumatismo na coluna, sequela de fraturas”, disse o médico.