Casa do novo presidente do União Brasil é incendiada em meio à embate com Bivar
Casas de veraneio do presidente do União Brasil e da irmã dele, que é tesoureira do partido, foram incendiadas; Antônio Rueda registrou ocorrência contra Luciano Bivar há duas semanas
O Tempo Por Renato Alves
As casas de veraneio do presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, e da irmã dele, Maria Emília Rueda, que é tesoureira do partido, foram incendiadas na noite de segunda-feira (11). Os imóveis ficam na praia de Toquinho, região de residências de alto padrão perto de Porto de Galinhas, no litoral sul de Pernambuco.
Até a mais recente atualização desta reportagem, a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros de Pernambuco não haviam falado sobre as causas do incêndio. Rueda estava em Miami, nos Estados Unidos, quando foi informado do episódio. Ele teria informado a aliados que voltaria para o Brasil na noite de segunda-feira e chegaria nesta terça-feira (12).
O dirigente partidário registrou, há duas semanas, ocorrência de ameaças de morte contra ele e familiares. Ele acusou o ex-presidente do União Brasil, o deputado federal Luciano Bivar, de ser o autor. Bivar também tem uma casa na praia de Toquinho.
As ameaças, segundo Rueda, tinham como motivação a disputa pelo comando do partido. Rueda foi eleito presidente da sigla em 29 de fevereiro. Bivar tentou impedir a convenção, mas seus adversários aprovaram um recurso para garantir o encontro que resultaria na vitória de Rueda. Bivar foi à reunião e chamou Rueda de “covarde”.
Rueda registrou ocorrência e acusou Bivar
Um dia antes, Rueda fez representação criminal contra Bivar na Delegacia Especial de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil do Distrito Federal. Devido ao foro privilegiado de Bivar, a polícia pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para abertura de investigação contra ele. O caso tramita em segredo de Justiça.
Segundo o portal Metrópoles, Rueda apresentou como principal evidência um vídeo de pouco mais de 30 segundos. Segundo a queixa, as imagens mostram uma conversa de Rueda com Bivar ao telefone, por volta das 23h de 26 de fevereiro. No breve trecho anexado ao processo, uma voz, que seria de Bivar, diz a Rueda que “acabaria” com o parente dele. O vídeo não mostra o contexto da conversa.
Na queixa à polícia, Rueda disse ainda que Bivar falou com ele naquela noite por meio do telefone do deputado federal Marcelo Freitas, do União Brasil de Minas Gerais, que intermediou o contato. Na sequência do vídeo, gravado pela mulher de Rueda, Florinda, o vice-presidente do União Brasil disse ao deputado que esse era o motivo pelo qual vinha evitando falar com Bivar. Rueda afirmou então a Freitas que, diante da ameaça, procuraria a Polícia Federal no dia seguinte.
“Marcelo, deixa eu te falar. Cara, tu tá vendo por que eu não queria falar? Eu vou para a Polícia Federal amanhã, vai ser um caco de c*. Ameaçar (…), que vai atrás (…)? Marcelo, fica aí, tu conseguiu tudo que tu queria, irmão. Eu evitei falar com Luciano para evitar isso, tá entendendo? Meu irmão, tu presta atenção onde tu se meteu, Marcelo, porque eu disse a tu desde o começo…”, disse Rueda, até o vídeo ser interrompido.
Marcelo Freitas não aparece na gravação dizendo mais do que breves palavras, interrompidas por Rueda. O deputado foi arrolado como testemunha pelos advogados de Rueda, assim como o deputado federal Carlos Busato, do União do Rio Grande do Sul, que também estaria com Bivar no momento da suposta ameaça.
Nascido da fusão entre o PSL e o DEM, o União Brasil tem a terceira maior bancada da Câmara dos Deputados, com 59 integrantes, além de 7 senadores e 4 governadores. Além disso, possui três ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT): Juscelino Filho (Comunicações), Celso Sabino (Turismo) e Waldez Goes (Integração e Desenvolvimento Regional).
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