Após denúncias de John Textor, ANAF defende que árbitros paralisem o Brasileirão
Associação Nacional de Árbitros detona Ednaldo Rodrigues e Wilson Seneme e entende que o correto é paralisar a competição para evitar que o VAR 'vire caso de polícia'
O Tempo Sports Por Frederico Teixeira
Após as denúncias feitas por John Textor, dona da SAF Botafogo, sobre supostas interferências indevidas e fraudulentas nos resultados de jogos das edições de 2022 e 2023 do Campeonato Brasileiro, a Associação Nacional de Árbitros (ANAF) emitiu uma nota oficial defendendo a paralisação da Competição.
Assinada por Salmo Valentim, presidente da ANAF, a nota é direta: "Os árbitros precisam se unir e paralisar o Campeonato Brasileiro. Competição está em xeque após acusações de Textor que colocam o VAR sob suspeição. Não há outro caminho: é preciso parar o Brasileirão 2024 antes que façam o VAR virar caso de polícia", inicia o texto.
O presidente da entidade afirma que vários profissionais já teriam entrado em contato com ele e estariam dispostos a aderir a uma ação mais 'radical': "Tenho recebido inúmeros telefonemas de árbitros insatisfeitos e já há um volumoso grupo que deseja, em protesto ao que está ocorrendo, interromper o campeonato brasileiro já nas próximas rodadas".
Salmo Valentim defendeu que a responsabilidade principal pela situação é de Ednaldo Rodrigues, presidente da Confederação Brasileira de Futebol. E aproveitou para denunciar que a entidade não estaria sequer pagando a arbitragem feminina em vários torneios nacionais.
"Tudo isso ocorre graças a um show de horrores onde o protagonista principal é o ex-afastado presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que anda mais preocupado com o seu volumoso salário na entidade, do que, por exemplo, em pagar as árbitras que estão trabalhando de graça para a CBF. Desde o ano passado, a arbitragem feminina atua sem receber em diversos torneios femininos nacionais. Isso mostra bem o retrocesso que sua gestão causa ao futebol e à arbitragem brasileira".
As críticas de Valentim também são direcionadas ao presidente da Comissão de Arbitragem da CBF. "Eu já disse algumas vezes que Wilson Seneme é despreparado para estar no cargo que assumiu sem nenhum projeto. Aliás, qual a formação acadêmica dele? Não precisa ser especialista no assunto para atestar que o ex-diretor de árbitros da Conmebol, demitido após pressão de alguns países, por bom senso, diante de tudo o que estamos vendo e vivendo, no mínimo deveria ser afastado".
"Ele não tem comando e fez a arbitragem brasileira chegar ao fundo do poço, sendo exposta no Senado Federal por um dirigente inconsequente que, mesmo sem provas, insiste em dizer que o Brasil possui árbitros que manipulam resultados. Isso pōe não só o VAR sob suspeição, como pode gerar sérios prejuízos à imagem da arbitragem", lamenta e entidade.
Por fim, a nota ainda destaca o 'grito de liberdade' que os árbitros estariam dispostos a dar. "Pelo bem do futebol, o Brasileirão precisa ser paralisado! E uma boa parcela de árbitros está disposta a dar esse grito de liberdade por não aguentarem mais tamanha indiferença e pouco caso por parte do presidente da CBF que em respeito ao futebol deveria ter vergonha na cara e renunciar!"
A reportagem de O TEMPO Sports entrou em contato com a CBF a respeito das denúncias feitas pela ANAF, mas ainda não teve uma resposta.
Nesta segunda-feira (22), John Textor esteve em oitiva na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado Federal que apura a manipulação de resultados e as apostas esportivas. Ele afirmou que apresentaria, em sessão secreta com os senadores membros da comissão, a íntegra dos relatórios que trariam provas de supostas irregularidades.
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