Veja como funciona o golpe aplicado pelo falso Schwarzenegger

Veja como funciona o golpe aplicado pelo falso Schwarzenegger
Golpe.jpg Golpe do Schwarzenegger: entenda como criminosos roubaram R$ 230 mil de idosa. Reprodução / Redes Sociais
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp

Conversas foram iniciadas em 2020 e transferências bancárias se arrastaram por dois anos, até 2022; golpistas usavam paixão dos fãs pelo ator e aplicavam o golpe

A idosa de Caraguatatuba, litoral de São Paulo, que foi vítima de um golpe dado por um grupo de pessoas que se passaram pelo ator Arnold Schwarzenegger, conseguiu um acordo na Justiça do Estado para ter de volta R$ 15 mil. Ao longo de dois anos, ela chegou a transferir um total de R$ 238,5 mil para os suspeitosMas, afinal, como funcionava o golpe?

A defensora Ariele Maria dos Santos disse ao Estadão que a vítima era fã do ator e teria assistido a todos os filmes do ator. Quando perfil falso entrou em contato com ela pela rede social, a vítima ficou deslumbrada: “Quando os golpistas a abordaram, ela ficou lisonjeada e acreditou que fosse ele”, disse Ariele Maria dos Santos. Depois disso, os criminosos passaram a pedir ajuda financeira. Veja o passo a passo do golpe:

  1. O perfil falso do Schwarzenegger entrou em contato com ela por meio de uma rede social demonstrando, primeiramente, interesse em uma amizade;
  2. Quando os suspeitos perceberam que a idosa acreditava estar falando, de fato, com o ator, os pedidos de ajuda financeira começaram ser feitos;
  3. O falso Schwarzenegger alegava estar passando por uma fase de separação da esposa e que não podia ter acesso ao seu dinheiro e
  4. O golpista fazia a falsa promessa de que os valores seriam ressarcidos com juros e em dólares.

Leia também: Idosa vende casa, carro e perde mais de R$ 230 mil para ajudar falso Arnold Schwarzenegger
Motorista que atropelou e socorreu Kayky Brito é vítima de print falso nas redes sociais

Idosa perdeu cerca de R$ 238 mil

As conversas teriam se iniciado em 2020 e as transferências bancárias se arrastaram por dois anos, até 2022. A vítima chegou a vender a casa, o carro e fez alguns empréstimos bancários, que totalizaram uma perda de cerca de R$238 mil, segundo a Justiça - a polícia informa que o valor seria de R$ 258 mil.

De acordo com Ariele, tanto parentes, como o próprio gerente do banco, tentaram alertar a vítima sobre a possibilidade do golpe, mas a expectativa de receber valores acima do emprestado mantinha a idosa acreditando na história.

Ela começou a desconfiar que se tratava de um golpe quando os suspeitos passaram a inventar desculpas para devolver o dinheiro chegando a cobrar novos valores para o pagamento de taxas necessárias para o ressarcimento e até fazendo ameaças contra a vítima e a sua família, segundo a advogada.

Ressarcimento

Aposentada e morando de aluguel, a vítima busca ter todo o dinheiro ressarcido. Na Justiça, onde entrou com uma ação de reparação de danos materiais e morais na 2ª Vara Cível do Foro de Caraguatatuba, ela exige que os golpistas paguem o dobro dos valores transferidos e mais R$ 30 mil por danos morais.

Até o momento, ela conseguiu um acordo com um dos 12 suspeitos que são réus no processo que corre na esfera cível - o caso também está sendo julgado na esfera criminal. De acordo com a advogada da idosa, Ariele Maria dos Santos, a aposentada conseguiu um acordo com um dos envolvidos para ter R$ 15 mil ressarcidos, em 15 parcelas mensais de R$ 1 mil.

Ainda de acordo com a defensora, um dos suspeitos apresentou a defesa e outros 10 ainda não se apresentaram à Justiça. O réu que entrou em acordo com a vítima teve seu nome retirado do processo, segundo decisão do juiz do caso, Gilberto Alaby Soubihe Filho.

Estamos aguardando uma manifestação do juiz para saber quais serão os próximos passos, se devemos apresentar mais provas antes de uma sentença final”, disse Ariele. “O processo está em fase de citação. Como tem muitos réus, caminha devagar. Ainda tem outros envolvidos que podem apresentar a defesa”.

O caso que segue na esfera criminal está em segredo de Justiça. Por esse motivo, segundo a advogada da aposentada, não é possível saber se os réus no processo cível são os principais suspeitos de praticar o golpe nem qual a relação deles com a vítima.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o caso é investigado por meio de inquérito instaurado pela Delegacia de Caraguatatuba.

*com informações de Estadão Conteúdo