Por que o álcool liquido 70% terá a venda proibida no Brasil? Entenda
A Associação Brasileira de Supermercados é contra a proibição; estoque de álcool precisa ser zerado até dia 30 de abril em prateleiras de mercados e farmácias de todo o Brasil
Itatiaia Por Talyssa Lima
A partir do dia 30 de abril, as prateleiras dos mercados e farmácias de todo o Brasil, não terão mais o álcool líquido 70%. A decisão, foi determinada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que busca reduzir acidentes domésticos, já que o álcool em gel, que continuará disponível, possui a mesma eficácia na limpeza.
Apesar da proibição da venda, os produtos já presentes nas prateleiras dos estabelecimentos poderão ser vendidos até o fim do estoque. Vale lembrar, que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária havia permitido de forma emergencial a comercialização no início da pandemia como forma de ampliar o acesso para ajudar na redução da proliferação do Coronavírus e foi renovando a medida a cada 90 dias.
Antes da pandemia de Covid-19, o produto tinha a venda restrita devido ao risco maior de acidentes, já que é altamente inflamável. Segundo o Conselho Federal de Química, o álcool em gel é um substituto seguro e eficaz para o álcool líquido 70% na limpeza doméstica. Além disso, outros produtos de limpeza aprovados pela Anvisa também podem ser utilizados.
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) se posicionou contra a proibição da venda de álcool 70% na versão líquida, argumentando que a medida vai tirar do consumidor um produto de custo-benefício mais vantajoso.
A entidade afirma que, desde dezembro, vem dialogando com a Anvisa sobre o assunto, devido à alta demanda dos consumidores e à escassez do produto nos supermercados.
Cuidados com o álcool líquido 70%
O álcool líquido 70% teve sua venda proibida em 2002, devido ao grande número de acidentes. A Anvisa reitera que o produto deve ser manipulado e utilizado com cuidado e ficar fora do alcance das crianças.
O álcool nessa forma física se espalha com muita facilidade e, caso pegue fogo, o dano na pele tende a ser grande e profundo devido à sua rápida absorção. A Anvisa recomenda que o consumidor deve dar preferência a frascos do tipo spray de aperto simples, de 50 ml a 100 ml. Confira os cuidados:
- Não fure a tampa nem deixe o frasco aberto para evitar a evaporação
- O uso do álcool líquido nessa concentração deve ser realizado longe de fontes de calor
- A utilização é recomendada apenas na desinfecção das superfícies fixas
- Para a higienização das mãos de adultos e crianças deve ser priorizada a lavagem com água e sabonete
- O produto deve ser armazenado longe de fontes de calor, em local limpo, fresco e entre 15ºC e 30ºC de temperatura.
- O local escolhido também deve ser abrigado do sol. E, em todos os casos, deve ficar fora do alcance das crianças, pelo risco de ingestão e queimaduras.
“Quem for comprar deve sempre evitar os produtos clandestinos, pois não têm comprovação quanto à sua atividade virucida e não passaram por controle da qualidade em relação à determinação do teor de álcool etílico. Também é fundamental ler as informações dos rótulos e o número do registro no Ministério da Saúde e na Anvisa, pois assim há segurança de que o produtor apresentou os documentos necessários para ser comercializado, diferentemente do álcool clandestino”, afirma Leonardo Lopes, responsável pelo Setor de Cosméticos e Saneantes do Departamento de Química do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz), em comunicado.
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