PM anuncia fim de braço de facção paulista em JF

PM anuncia fim de braço de facção paulista em JF
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp

Desde a chegada desses criminosos, sobretudo em meados de 2022, cidade vivenciou onda de homicídios ligados à disputa pelo tráfico de drogas

Por Sandra Zanella Fonte Tribuna de Minas 

O comandante da 4ª Região da Polícia Militar, coronel Marco Aurélio Zancanela, anunciou nesta sexta-feira (8) o fim da atuação de braço da principal facção criminosa paulista em Juiz de Fora. A informação foi divulgada quase um ano e meio depois de integrantes do grupo terem chegado à cidade e desencadeado uma série de homicídios ligados à disputa pelo tráfico de drogas com a facção do Rio de Janeiro, já presente no município. Mortes suspeitas ocorridas nesse período no sistema prisional também chegaram a ser ventiladas como resultado desse embate.

De acordo com o coronel, o combate intenso ao crime organizado, realizado em conjunto com as demais forças de segurança, Ministério Público e Poder Judiciário, também levaram a um enfraquecimento local de pessoas ligadas à quadrilha fluminense, com a prisão de supostos líderes e o óbito de suspeitos que enfrentaram a polícia em ações repressivas.

“No dia 25 de novembro, a facção efetivamente saiu da cidade. Não divulgamos à época porque queríamos ter certeza. Vamos continuar investindo em inteligência e em tecnologia e em ocupação dos bairros de Juiz de Fora para combater as organizações criminosas que, porventura, queiram voltar e também aquelas que aqui continuam vendendo drogas.”

Coletiva PM Sandra Zanella

(Foto: Sandra Zanella)

Ainda segundo o comandante, desde 2020 a facção paulista começou a enviar integrantes para Juiz de Fora para tentar ocupar locais de tráfico. “Em 2022 eclodiu o primeiro confronto, onde saíram do Bairro Santo Antônio e foram para a Vila Ideal, tentando contra a vida de três adolescentes que estavam vendendo drogas. Dois foram a óbito”, recorda ele, sobre a investida criminosa, ocorrida em 31 de agosto do ano passado, que tirou as vidas de dois adolescentes, de 14 e 16 anos. Eles sofreram, pelo menos, 17 e nove perfurações à bala, respectivamente. Outro alvo, 17, fugiu por um escadão com um tiro na região do abdômen e três na perna, mas sobreviveu. A partir daquele dia, conforme o oficial, teve início o enfrentamento constante entre traficantes já atuantes na cidade – os quais compravam entorpecentes da facção do Rio, “até pela proximidade geográfica” – e os rivais recém-chegados.

“Quando assumimos (o comando da 4ª Região da PM), em março, fizemos um bom diagnóstico e traçamos estratégicas. Dentro delas estava reforçar a inteligência, estreitar laços de integração com os demais órgãos do sistema de defesa social e também fazer a ocupação do bairros onde estavam havendo esses conflitos para que o usuário não comprasse. Ou seja, para diminuir o poder do dinheiro que eles tinham e, ao menos tempo, evitar o confronto.” Matéria publicada pelo Tribuna em 1º de outubro mostrou que a PM permanecia em seis bairros: Santo Antônio e Vila Ideal, na Zona Sudeste; Bela Aurora e Sagrado Coração de Jesus, na região Sul; e nas vilas Esperança I e II, na Zona Norte. “Essa estratégia deu muito certo. Conseguimos aumentar a apreensão de drogas e armas, e as prisões de integrantes das duas facções.