PCMG deve ter 31 laboratórios de combate à lavagem de dinheiro até 2026

Minas Gerais tem 17 unidades que monitoraram mais de R$ 10 bilhões em 2024
O Tempo Por Bruno Daniel
Minas Gerais deve quase dobrar o número de laboratórios de tecnologia contra lavagem de dinheiro até 2026. Atualmente, o estado conta com 17 unidades, que são utilizadas em auxílio às investigações da Polícia Civil de Minas Gerais. Outras 14 unidades estão em fase de implementação.
A primeira unidade foi inaugurada em 2010, por iniciativa do Ministério da Justiça, que propôs que todas as polícias civis do Brasil tivessem um laboratório de combate à lavagem de dinheiro. Porém, ao longo dos anos, foi preciso ampliar a quantidade desses locais, devido à modernização das movimentações financeiras e, consequentemente, do crime organizado.
Jonas Tomazi afirma que, só em 2024, os 17 laboratórios existentes já monitoraram cerca de R$ 10 bilhões circulando nas mãos de criminosos. A PCMG ainda apura quanto desse montante foi efetivamente bloqueado. A expectativa com as novas unidades é que, por ano, mais de R$ 20 bilhões sejam monitorados pela PCMG.
Para se ter uma ideia, o Conselho de Controle de Atividades (Coaf) bateu recorde de produção de relatórios no ano passado. Foram mais de 16 mil documentos, 24% a mais do que em 2022.
O delegado e coordenador da rede Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) ressalta que o aumento da criminalidade acontece na mesma proporção que a digitalização do crime organizado passou a ocorrer. Segundo ele, a atenção da PC passou ser maior nessa modalidade de crime a partir de 2020. Esses laboratórios são especializados em análise de dados financeiros e, basicamente, monitoram a circulação suspeita de dinheiro. Além disso, são capazes de cortar o "cordão umbilical" por onde o recuso dos crimes abastece atividades ilícitas.
"Sempre que uma autoridade policial tem que fazer uma investigação qualificada, ele precisa usar técnicas especiais. Isso inclui a análise de dados financeiros. Esses laboratórios identificam para onde o crime organizado está mandando este dinheiro. Com isso, essas equipes conseguem localizar e bloquear esses valores, o que permite que a polícia corte o fluxo financeiro das organizações criminosas", afirma Jonas.
E não são apenas departamentos ligados à crimes financeiros que contam com um Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro. Alguns, ligados a outras áreas criminais, contam com uma unidade própria, o que, segundo o delegado Jonas Tomazi, se deve ao fato de muitos crimes envolverem lavagem de dinheiro.
"Em qualquer crime que gere lucro para o criminoso, é muito provável que ele vá usar a lavagem de dinheiro para ocultar esse patrimônio. Por exemplo, um traficante que lucra com o tráfico de drogas vai tentar dar uma aparência de licitude a esse dinheiro, criando por exemplo uma empresa de fachada, simulando que ela vendeu R$ 1 milhão em produtos, o que é mentira", esclarece.
Confira abaixo os locais das unidades já existentes:
Unidade avançada - Belo Horizonte
1º Departamento - Belo Horizonte
Corregedoria-Geral de Polícia Civil - Belo Horizonte
Delegacia Especializada de Combate à Corrupção e Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri) - Belo Horizonte
Contagem
Curvelo
Ipatinga
Itajubá
Juiz de Fora
Lavras
Montes Claros
Poços de Caldas
Teófilo Otoni
Uberaba
Uberlândia
Unaí
Confira abaixo as unidades em fase de implementação:
Departamento Estadual de Investigação de Crimes de Trânsito (Deictran) - Belo Horizonte
Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) - Belo Horizonte
Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico (Denarc) - Belo Horizonte
Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp) - Belo Horizonte
Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) - Belo Horizonte
Barbacena
Divinópolis
Governador Valadares
Patos de Minas
Pedro Leopoldo
Pouso Alegre
Santa Luzia
Sete Lagoas
Vespasiano
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