Médico cogitou interromper tratamento para deixar papa Francisco morrer: ‘estava sofrendo muito’

Médico cogitou interromper tratamento para deixar papa Francisco morrer: ‘estava sofrendo muito’
Imagem mostra o jesuíta argentino sentado e um pouco cabisbaixo diante do altar de sua capela privada. Foto: Divulgação/Vaticano whatsapp Participe do canal de O TEMPO no WhatsApp e receba as notícias do dia direto no seu celular

Ao todo, o pontífice passou 38 dias no hospital, após ser diagnosticado com uma crise respiratória

O Tempo   Por Folhapress

 

O papa Francisco, 88, correu riscos sérios de morrer durante a sua internação em um hospital de Roma, afirmou o médico responsável por seu tratamento, Sergio Alfieri. A equipe cogitou interromper o tratamento para que o papa pudesse morrer em paz. Em entrevista ao jornal Corriere Della Sera, Alfieri afirmou que, apesar de correr risco de morte, Francisco esteve consciente durante toda a internação. "Vimos que ele estava em sofrimento", afirmou.

"Estávamos todos cientes de que a situação tinha piorado e de que havia risco de ele não resistir", afirmou o médico. Ao todo, Francisco passou 38 dias no hospital, após ser diagnosticado com uma crise respiratória.

O enfermeiro Massimiliano Strappetti foi o responsável por orientar a equipe médica a não desistir. "Tente de tudo, não desista", disse o profissional de saúde, conforme relatado por Alfieri. "Durante dias, corríamos o risco de danificar seus rins e medula óssea, mas continuamos, e seu corpo respondeu aos medicamentos e a infecção pulmonar diminuiu."

Após apresentar a primeira melhora, o papa teve um segundo momento crítico, quando aspirou o próprio vômito em uma crise. "Foi terrível", lembrou o médico. O Papa também tinha consciência de que muitos pensavam que ele estava morto. Segundo Alfieri, ele reagiu "com a sua ironia usual" à informação.

Para o médico, o momento mais marcante da internação de Francisco foi a hora em que ele deixou o quarto onde estava internado. "Foi a emoção de ver o homem se tornando papa de novo", disse.

"Tivemos que escolher se pararíamos por ali e o deixaríamos ir, ou se iríamos em frente e o forçaríamos com todos os medicamentos e terapias possíveis, correndo o maior risco de danificar seus outros órgãos", disse Sergio Alfieri, ao jornal Corriere della Sera, da Itália.