Idoso suspeito de matar filho de desembargador em prédio do bairro Santo Antônio é julgado em BH
Crime ocorreu em maio de 2022 no prédio onde eles moravam, no bairro Santo Antônio, região Centro-Sul de BH
Itatiaia Por Rômulo Ávila, Felipe Quintella
Idoso suspeito de matar o professor de história Júlio César Lorens Júnior, 28 anos, vai a júri popular a partir das 8h40 desta terça-feira (27), no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. O caso ocorreu em maio de 2022 no prédio onde eles moravam, no bairro Santo Antônio, região Centro-Sul de Belo Horizonte.
O jovem, que era filho do desembargador Júlio César Lorens, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), foi morto com uma facada depois de um desentendimento por causa de barulho. O síndico, que tinha 67 anos na época do crime, foi preso em flagrante.
Câmeras de segurança registraram a briga que resultou na morte de Júlio. As imagens mostram o momento em que o idoso sai da porta com uma faca, é atingido por spray de pimenta e esfaqueia a vítima na sequência. Júlio foi socorrido por uma moradora do prédio, mas morreu no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em BH.
Conforme a denúncia, o desentendimento entre o idoso e o jovem eram recorrente. “O denunciado e a vítima residiam em um condomínio residencial e, desde que passou a residir no local, o denunciado causou diversos transtornos para a vítima e para os demais moradores do condomínio, devido ao seu comportamento extremamente agressivo e antissocial. Além de perturbar o sossego dos condôminos com barulhos constantes, o denunciado chegou a danificar a porta do apartamento da vítima com marteladas, e ameaçou de morte o síndico do condomínio”, ressalta trecho da denúncia, que destaca ainda que Júlio estava doente quando foi morto.
“Na data do fatídico, a vítima estava em seu apartamento, ainda convalescendo de infecção por Covid-19, quando o denunciado, mais uma vez, perturbou o sossego dos condôminos com marteladas na parede. Exaurida física e mentalmente, a vítima foi até o apartamento do denunciado para pedir que ele cessasse com a algazarra, e, por precaução, devido ao histórico do denunciado, levou um vidro de spray de pimenta; contudo, o denunciado, antes de abrir a porta, muniu-se instrumento perfurocortante e, tão logo abriu a porta, partiu para cima da vítima que, para se defender, borrifou spray de pimenta em direção ao denunciado, na esperança de afugentá-lo, mas só fez redobrar a fúria do denunciado, que, após uma breve altercação física, conseguiu derrubar a vítima na escadaria da área comum e, com esta totalmente subjugada e à sua mercê, desferiu golpes de instrumento perfurocortante contra o ofendido, ceifando-lhe a vida”, diz a peça.
Ainda conforme a denúncia, o idoso matou o jovem ‘pelo simples fato de a vítima ter solicitado que ele cessasse com o barulho. “Houve, ainda, recurso que dificultou a defesa da vítima, que foi golpeada quando se encontrava caída, subjugada, totalmente à mercê de seu algoz”.
Defesa
Procurada pela Itatiaia, a defesa do idoso disse apenas acreditar que o ocorrido se deu por uma ação impensada e por impulso. Nós solidarizamos com ambas as famílias. Hoje, o julgamento ficará a cargo da sociedade e tenho certeza que ele (idoso) voltará para o amparo da sua família.
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