Governo de Minas e MP anunciam R$ 12,9 mi para restauro de patrimônios culturais

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Matias Cardoso sedia a primeira igreja católica construída em Minas Gerais — Foto: Rossana Magri/Divulgação ALMG
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No total, dez obras serão realizadas no Estado como parte do programa Minas para Sempre

Por Clarisse Souza O Tempo

O mais antigo templo religioso de Minas Gerais, localizado em Matias Cardoso, no Norte do Estado, e outros nove bens mineiros de inestimável valor cultural vão receber um aporte de R$ 12,9 milhões, que serão usados para a restauração e conservação dos patrimônios. O anúncio foi feito, na manhã desta segunda-feira (18), pelo governador Romeu Zema (Novo) e pelo  procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares Júnior, em cerimônia no Palácio da Liberdade, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. 

As obras fazem parte da segunda etapa do Programa Minas para Sempre e serão custeadas com recursos do MPMG, provenientes de acordos de medidas compensatórias por danos ambientais.  Os selecionados foram definidos pela Plataforma Semente, banco de projetos socioambientais do Estado e responsável pelo monitoramento da execução das restaurações. Somados os valores empenhados na primeira fase - que contemplou outros 11 bens culturais - o projeto já destinou quase R$ 30 milhões para a recuperação do patrimônio no Estado. 

Entre os bens contemplados, destaca-se a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Matias Cardoso. Erguida no século XVII, a construção é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e é considerada o mais antigo templo religioso de Minas Gerais. Dada a importância cultural, a igreja vai receber obras emergenciais avaliadas em R$ 2,1 milhões para reparar danos provocados pela ação do tempo. Além disso, a restauração arquitetônica visa valorizar as manifestações sociais representadas pela conservação das heranças culturais do espaço. 

Além do templo no Norte de Minas, também serão contemplados os projetos de restauro da Igreja Matriz de São Bartolomeu – segunda etapa (Ouro Preto); Gruta Maquiné (Cordisburgo); Casa do Intendente dos Diamantes (Diamantina); Casa de Memória do Vale do São Francisco (Januária); Casa Paterna e Capela Nossa Senhora do Rosário na Comunidade dos Arturos (Contagem); Igreja São Sebastião de Pouso Alegre (Paracatu); Museu Histórico Municipal (Paracatu); Igreja Santa Rita (Serro); e Igreja Matriz de Bom Sucesso (Caeté).

Autoridades celebram recurso para preservação

Durante a cerimônia, o governador Romeu Zema celebrou a destinação de recursos do Ministério Público para a revitalização dos bens culturais, e ressaltou que a iniciativa preserva obras que são símbolo da mineiridade. "Nós temos que valorizar isso que é tão raro e tão mineiro. Se tem uma coisa que é sinônimo de mineiridade, é uma Mariana, Ouro Preto, Diamantina, Serro e outras (cidades) mais em nosso estado. No que depender da minha gestão, esses patrimônios serão sempre preservados”, afirmou o chefe do Executivo.

Prefeito de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, e vice-presidente da Organização das Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial (OCBPM), Juscelino Brasiliano Roque comemorou a destinação de R$ 1 milhão para a restauração da Casa do Intendente dos Diamantes. A edificação foi erguida entre 1733 e 1735 e chegou a sediar a prefeitura, mas está fechada para visitação devido ao estado de deterioração. "Esse recurso dá um ponta-pé, ajudando, e muito, na preservação do nosso casario, do nosso patrimônio", declarou Roque. Ainda segundo ele, o aporte do Ministério Público resolve um problema que a prefeitura não conseguiria resolver sozinha.

Patrimônio de comunidade quilombola recebe R$ 875 mil

Além de autoridades, a cerimônia também contou com a presença de membros da Comunidade Quilombola dos Arturos, que está localizada em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. O grupo, considerado um guardião de manifestações religiosas e culturais, será diretamente beneficiado com a destinação de R$ 875 mil para a restauração da Capela Nossa Senhora do Rosário e da Casa Paterna, imóvel onde o fundador da comunidade, Artur Camilo, viveu. Segundo a moradora do local,  Aparecida Nascimento, de 43 anos, é a primeira vez que as construções vão passar por obras de recuperação. "O Ministério Público teve o olhar pela preservação do nosso patrimônio, da nossa história, do nosso legado. Para a gente, essa é uma grande conquista", considerou.