Golpistas utilizam IA para criar vídeo de arcebispo de MG e extorquir dinheiro de seguidores

A Arquidiocese de Pouso Alegre divulgou um alerta sobre um vídeo falso em que o líder religioso aparece pedindo dinheiro para auxiliar uma criança doente
O Tempo Por Mateus Pena
A Arquidiocese do município de Pouso Alegre, no Sul de Minas, divulgou nesta terça-feira (20 de maio) um alerta sobre a atuação de golpistas que compartilharam, nas redes sociais, um vídeo falso do arcebispo dom José Luiz Majella Delgado. Na gravação, Delgado aparece solicitando auxílio financeiro para o tratamento de saúde de uma criança doente.
Conforme o posicionamento da Arquidiocese, as imagens mostram o arcebispo usando veste vermelha; no entanto, a voz não é a dele. Ao fundo, aparece o túmulo do apóstolo Pedro. "As imagens não são verídicas e foram produzidas por meio da Inteligência Artificial (IA), não se referem à pessoa do arcebispo nem ao respectivo pedido de dinheiro. A utilização de sua imagem sem consentimento é uma violação dos direitos de personalidade e um desrespeito à dignidade do nosso bispo", afirmou a nota.
A Arquidiocese de Pouso Alegre pediu à população que não divulgue os vídeos nas redes sociais, na imprensa ou em meios de comunicação em geral. "Agradecemos a compreensão e o apoio de todos os fiéis e da comunidade em geral, e reafirmamos nosso compromisso com a ética e a transparência nas ações da Arquidiocese. Que possamos seguir juntos, promovendo o respeito e a dignidade entre todos", pontuou.
Como identificar a veracidade dos vídeos? Especialista explica
O professor da universidade Una e coordenador e cofundador de programas de inovação do Ânima HUB, Flávio Souza, explicou como identificar se vídeos como esse são verdadeiros ou falsos. Segundo ele, a principal artimanha dos golpistas é criar vídeos com temas persuasivos para enganar o público, utilizando a inteligência artificial como ferramenta.
"Primeiramente, se você estiver em dúvida sobre a veracidade das imagens, busque a origem do vídeo no Google e verifique se a fonte possui um perfil confiável nas redes sociais. Assista mais de uma vez e, em hipótese alguma, forneça dados financeiros ou pessoais", alertou o professor.
O especialista explicou que essa prática tem se tornado comum entre os golpistas, que utilizam imagens de pessoas renomadas na sociedade — como jogadores, artistas, empresários e até do papa Leão XIV — para produzir vídeos pedindo dinheiro. "Na dúvida, não faça nada. Em caso de suspeita de fraude, entre em contato com a polícia e denuncie", recomendou Flávio Souza.
A reportagem procurou a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) para esclarecimento sobre o caso e aguarda um retorno.
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