FAB e Corpo de Bombeiros desmentem governo do DF e garantem recebimento de doações para o RS
O Corpo de Bombeiros e a Força Aérea desmentiram o Governo do Distrito Federal e garantiram a manutenção do recebimento de doações feitas pela população da capital do país para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul
O Tempo Por Renato Alves
BRASÍLIA – O Corpo de Bombeiros e a Força Aérea Brasileira (FAB) desmentiram o Governo do Distrito Federal e garantiram a manutenção do recebimento de doações feitas pela população da capital do país para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.
As duas corporações emitiram notas na tarde de segunda-feira (14), após o Governo do Distrito Federal publicar em redes sociais que o recebimento de donativos havia sido suspenso por falta de espaço na Base Aérea de Brasília e em quartéis do Corpo de Bombeiros.
A nota oficial do governo local anunciando a suspensão foi publicada, inclusive, pela primeira-dama, Mayara Noronha, coordenadora das ações do DF para o Rio Grande do Sul. Ela apagou o post após a FAB e os bombeiros emitindo os comunicados afirmando que nunca houve suspensão nem falta de espaço.
A Aeronáutica reforçou que continua a arrecadar donativos normalmente, na Base Aérea de Brasília e em outras unidades, por meio da iniciativa Todos Unidos pelo Sul.
“Os materiais são recebidos por militares e voluntários em todas as bases abrangidas pela campanha, inclusive a do Galeão, no Rio de Janeiro (RJ), e a de São Paulo, em Guarulhos (SP)”, destacou a Força Aérea.
Comboio do Exército deixou Brasília com 180 toneladas de mantimentos
No domingo (12), um comboio com 18 caminhões do Exército Brasileiro deixou Brasília com 180 toneladas de mantimentos para os moradores do Rio Grande do Sul, que sofreram a catástrofe climática.
Todo o mantimento, doado por moradores da capital federal, estava na Base Aérea de Brasília e em pontos de coleta do Exército na capital do país. A carga deve chegar ao Rio Grande Sul na quarta (15) ou quinta-feira (16).
Ao todo, foram deixadas 400 toneladas de suprimentos nas sedes da Força Aérea Brasileira (FAB). Esse material está sendo levado por terra e pelo ar, numa parceria entre o Exército e a FAB.
Entre os itens levados pelo comboio que iniciou a viagem no domingo estão medicamentos, materiais de limpeza, água, cestas básicas, roupas de cama e colchões.
Porto Alegre tem corredor humanitário improvisado
Para permitir a chegada de ajuda humanitária a Porto Alegre, a prefeitura da capital gaúcha demoliu uma passarela de pedestres sobre uma avenida alagada e construiu uma pista com cascalho.
O “corredor humanitário” fica entre a Rua da Conceição e a Avenida Castelo Branco, ao lado da Rodoviária de Porto Alegre , onde circulam exclusivamente transportes como caminhões-pipa, carretas com doações, ambulâncias e viaturas.
Cerca de 20 mil veículos de emergência passaram pela pista provisória até esta segunda-feira. A Prefeitura de Porto Alegre liberou o caminho por volta das 18h de sexta-feira (10).
Como a região está alagada, a via é uma alternativa para veículos de emergência darem suporte a pessoas afetadas pelas enchentes na capital, além de desafogar a RS-118, que hoje é um dos únicos acesso à Região Metropolitana.
Previsão de cheia histórica, deslizamento e geadas
A tragédia climática no Rio Grande do Sul completou, nesta segunda-feira, duas semanas, com 147 mortos, 125 desaparecidos e 806 feridos. A quantidade de pessoas fora de suas casas aumentou para mais de 618 mil, sendo que 81 mil estão em abrigos e 538 mil estão desalojados (em casa de amigos e parentes).
Voltou a chover em Porto Alegre no domingo e em outras partes do estado, como no Vale do Taquari, umas das regiões mais afetadas pelos temporais da semana passada. Foram emitidos alertas de deslizamento para várias cidades. Há ainda previsão de frio intenso nesta semana, com possibilidade de geada.
No início da tarde de segunda-feira, o lago Guaíba voltou a ultrapassar os 5 metros em Porto Alegre, depois de uma semana baixando lentamente. A capital gaúcha, inclusive, pode registrar uma nova cheia histórica.
O Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) estima que o lago Guaíba deve atingir seu nível máximo entre a tarde e a noite desta terça-feira (14), e que o lago deve alcançar entre 5,3 e 5,5 metros – ultrapassando o pico de 5,3m do último dia 5.
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