Bombeiros devem iniciar nesta semana estudo para retirada de destroços de helicóptero em Ouro Preto

Local foi liberado pela Polícia Civil e pelo Cenipa

O Tempo   Por Lucas Gomes

O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais deve começar, nesta semana, os estudos para as retiradas dos destroços do helicóptero Arcanjo 4, que se acidentou na última sexta-feira (11 de outubro) e deixou seis mortos. A corporação recebeu o aval após a liberação do local pela Polícia Civil e pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). 

“O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais está se organizando para realizar os procedimentos de retirada dos materiais provenientes do acidente com helicóptero operado pela corporação. Ainda nesta semana, o CBMMG irá fazer o estudo do local, com utilização de drone, para verificar a forma mais segura para iniciar o processo de remoção dos destroços, os quais estão em área isolada, sem acesso seguro”, diz a nota.

Segundo o Corpo de Bombeiros, a aeronave é assegurada e a empresa contratada já foi acionada para fins de montagem do processo de indenização e realização dos pagamentos previstos na apólice.  “O Corpo de Bombeiros está em contato contínuo com os familiares para orientação quantos aos procedimentos administrativos necessários, além de prestar apoio psicológico e assistência social aos familiares dos seis tripulantes”, finaliza o comunicado.

O que se sabe sobre o acidente

O helicóptero do Corpo de Bombeiros que caiu na última sexta-feira (11 de outubro), deixando seis pessoas mortas, entre militares e socorristas do Samu, participava, no momento da tragédia, da operação de um outro acidente aéreo ocorrido horas antes, envolvendo um avião Air Tractor que atuava no combate a incêndios.

Estavam na aeronave um capitão, um tenente e dois sargentos da corporação. Também eram tripulantes um médico e um enfermeiro do Samu. 

Da esquerda para a direita: Bruno (enfermeiro); sargento Welerson; Rodrigo (médico);  capitão Wilker; sargento Gabriel; e tenente Victor (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros MG)

Quem eram as vítimas do acidente?

As vítimas do acidente são:

• Capitão Wilker Tadeu Alves da Silva: Pilotava a aeronave no momento da queda. Tinha experiência e treinamento para comandar o Arcanjo 04.
• Tenente Victor Stehling Schirmer;
• Sargento Welerson Gonçalves Filgueiros: foi um dos profissionais que participaram das operações de resgate em Brumadinho.
• Sargento Gabriel Ferreira Lima e Silva;
• O médico Rodrigo Trindade;
• Enfermeiro Bruno Sudário: Enfermeiro do Samu, residia em Belo Horizonte. Era casado e pai de dois filhos.

Como ocorreu a queda do helicóptero dos bombeiros?

Após a atuação no acidente do avião monomotor, o helicóptero teria pousado no trevo de Ouro Preto, onde teria ficado aguardando a melhoria das condições climáticas para decolar. Entretanto, algum tempo depois, a aeronave teria decolado, desaparecendo em seguida. 

Diante da situação, uma operação foi montada com 84 pessoas realizando buscas em toda a região. Após 12h de trabalho, o helicóptero foi encontrado caído em uma área íngreme na serra de Ouro Preto. Nos destroços, foram encontrados os corpos dos seis tripulantes.  

Um vídeo mostra a movimentação durante as buscas pelo helicóptero acidentado:

Vídeo mostra a operação de busca montada pelo Corpo de Bombeiros e pela Polícia Militar (PM) após a queda do helicóptero Arcanjo 04 em uma área de serra em Ouro Preto. Os seis tripulantes da aeronave morreram no acidente, sendo quatro militares e dois socorristas do Samu. pic.twitter.com/OoXbKAp0tp

— O Tempo (@otempo) October 12, 2024

Famílias estão recebendo apoio psicológico?

Até a manhã deste sábado (12), o Corpo de Bombeiros seguia empenhado no local, que é de difícil acesso, para realizar a remoção dos corpos. Ainda segundo a corporação, os familiares das vítimas estão recebendo o devido apoio por psicólogos. 

"Toda corporação amanhece consternada e resiliente na sua missão juntos aos irmãos de farda", conclui a nota. 

Quando o resultado das investigações deve ser divulgado?

Os investigadores do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa III), órgão ligado ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), encerraram na tarde de sábado (12 de outubro) a ação inicial que vai apurar as causas do acidente.

A Norma do Sistema do Comando da Aeronáutica (NSCA) 3-13 estabelece que em 30 dias o Cenipa deve emitir um relatório preliminar sobre o que foi apurado até o momento. Mas apenas o relatório final do órgão traz o resultado e o pronunciamento dos investigadores sobre o fato, conforme orienta o Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA).

“A conclusão da investigação terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade da ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes. O Cenipa tem por objetivo investigar as ocorrências aeronáuticas, de modo a prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram”, disse o órgão em nota.  

Minas Gerais já registrou algum acidente semelhante?

A queda do helicóptero em Ouro Preto, na região Central de Minas Gerais, nessa sexta-feira (11 de outubro), é o primeiro acidente aéreo com morte de bombeiros no Estado, de acordo com a corporação.

Onde foi o velório?

O velório das seis vítimas foi realizado em conjunto no domingo (13 de outubro), a partir das 10h, no Colégio Santa Marcelina, no bairro São Luiz, na região da Pampulha, em Belo Horizonte.

Os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) em Belo Horizonte após retirada do local do acidente no sábado (12 de outubro).