Aedes aegypti pode transmitir doença cardiopulmonar para pets

Aedes aegypti pode transmitir doença cardiopulmonar para pets
Os sintomas da dirofilariose em animais são cardiorrespiratórios (Foto: Freepik)
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Dirofilariose pode ser transmitida através da picada de alguns mosquitos portadores das larvas

Por Nathália Elis Fontes* Tribuna de Minas 

A dirofilariose é uma doença causada por um parasita cardiopulmonar, conhecido como verme do coração, que afeta principalmente os cães, mas que também pode acometer gatos, furões e várias espécies de animais silvestres. Ela pode ser transmitida através da picada de alguns mosquitos portadores das larvas (que se contaminaram ao picar um animal com o verme), sendo os mais comuns os do gênero Culex, Anopheles e até mesmo oAedes aegypti, mesmo transmissor de doenças como a dengue, zika, chikungunya e febre amarela.

Segundo o veterinário José Geraldo Pereira, os sintomas para os animais normalmente são cardiorrespiratórios e, de acordo com a gravidade da doença, podem manifestar tosse, cansaço, intolerância ao exercício, aumento da frequência respiratória e até mesmo dificuldade respiratória. Trata-se de uma doença com elevado índice de complicações e gravidade para os pets. De acordo com o médico veterinário, o diagnóstico normalmente é feito através de exames de sangue e ecocardiograma.

“Uma característica do verme é o seu grande poder de reprodução e sua longevidade, uma vez que podem viver por 7 anos dentro do animal hospedeiro. Ao longo da vida, os vermes se deslocam e costumam chegar ao coração. Assim, a dirofilariose passa de uma doença respiratória para uma doença cardíaca.”

O médico veterinário também explicou que a região de Juiz de Fora não apresenta casos de dirofilariose com frequência, sendo as regiões litorâneas as mais afetadas, devido à maior concentração dos mosquitos do gênero Culex, que são os principais transmissores. Por isso, ele alerta que o controle de animais que frequentam a praia deve ser feito com cautela.

De acordo com a American Hearthworn Society, a dirofilariose canina foi diagnosticada em todo o mundo. No Sudeste do Brasil, especialmente no estado do Rio de Janeiro, estima-se que mais da metade dos cães (domésticos e de rua) esteja infectada com o verme do coração.

Doença é uma zoonose 

O verme também pode ser transmitido para os humanos, caracterizando assim uma zoonose, podendo causar danos aos pulmões, coração e vasos sanguíneos. De acordo com o médico infectologista e chefe do Setor de Gestão da Qualidade do HU-UFJF/Ebserh, Rodrigo Daniel de Souza, a dirofilariose raramente se encontra fora dos pulmões. Neste local, ela se manifesta principalmente como um derrame pleural, que é um acúmulo de líquido entre os tecidos que revestem os pulmões e o tórax. Isso gera uma inflamação que traz sintomas de doença pulmonar, como tosse. Contudo, ele relata que os casos são raros.

Assim como qualquer mosquito, o controle ambiental de água parada é essencial para eliminar os possíveis criadouros. Os médicos também recomendam o uso de repelentes em humanos e coleiras repelentes específicas para cães que afastam esses mosquitos. Para os pets também é importante manter a vermifugação e a vacinação em dia para evitar a proliferação do verme.

Tratamento

De acordo com os profissionais, o tratamento da dirofilariose é considerado complexo e depende diretamente da gravidade da condição, podendo ser feito com remédios e até cirurgicamente. Conforme explica o veterinário José, o profissional responsável pela saúde do pet deverá levar em consideração aspectos como a quantidade de larvas existentes no organismo do pet, o tamanho dos parasitas e o comprometimento dos órgãos afetados.

*Estagiária sob a supervisão da editora Carolina Leonel.