A última dança em Caxias, no Maracanã e no Allianz
É possível vislumbrar coisas grandes para a Raposa em 2025. Basta que a atual direção esteja apta às demandas do futebol atual. Não o praticado há uma década.
Por Josias Pereira O Tempo
Está chegando ao fim a temporada 2024 do Cruzeiro. Um ano com três técnicos, dois donos, troca de goleiros, tentativa de encorpada do elenco, momentos que encheram de esperança e também frustrações dolorosas. Ufa! Ainda bem que está acabando. A Raposa ainda tem uma chance remota de classificação à próxima Copa Libertadores, mas terá que torcer por uma ajuda daquelas do já rebaixado Atlético-GO na última rodada contra o Bahia, além, de claro, fazer a sua parte.
Talvez este seja o maior problema: o Cruzeiro fazer a sua parte.
Pelo que se desenha, esta será a última dança de Diniz no comando da Raposa. Uma passagem que não deixará saudades. Não o acho um mal treinador, mas ele e o Cruzeiro não se encontraram, não deram liga e caminhos precisam ser revistos. A contratação foi um colossal erro da diretoria, que imaginou resultados, especialmente uma classificação à Copa Libertadores, e agora terá que buscar uma nova rota para o próximo ano.
Será uma Raposa turbinada e com dinheiro para fazer movimentações, pelo menos esta é a promessa. Mas volto a dizer que vejo com certa preocupação alguns nomes aventados, especialmente o do ídolo palmeirense Dudu que, assim como Diniz, tem tudo para fazer sua última dança no Allianz neste domingo.
De antemão, digo que não o contrataria, tendo em vista o episódio do não acerto nesta temporada, além da sua condição física. Ele seria um grandioso reforço em 2021 talvez. Creio que muitos compartilham da mesma opinião. Bem, tomara que queime minha língua.
E aí, com Diniz prestes a dar adeus, fica o ponto de interrogação sobre o próximo técnico do Cruzeiro. Gosto da ideia de um comandante estrangeiro, seja ele Luis Castro ou Sérgio Conceição, este segundo tendo mais meu apreço, mas tenho muito receio de que a opção acabe sendo Renato Portaluppi, um comandante que possui prestígio entre Pedrinho e seus executivos.
Sou adepto de que o futebol brasileiro precisa de novos conceitos, de profissionalismo e de comandantes capazes de elevar o nível técnico das equipes. Algo que Artur Jorge conseguiu executar com muita maestria no Botafogo. Apesar de já vir chamando atenção pelos resultados com o Braga, é preciso exaltar o departamento de futebol do time carioca pela escolha do português.
É o que também espero do Cruzeiro - ou ao menos gostaria de ver.
Será o início de um novo trabalho exatamente no momento certo: uma nova temporada, com tempo suficiente para encaixar peças, apontar necessidades e construir um elenco coeso, capaz de brigar pelos títulos e assumir papel de protagonismo.
Serão janelas importantes de treinamento, inclusive com a parada do futebol brasileiro no meio do ano para o Mundial de Clubes. É, sim, possível vislumbrar coisas grandes para a Raposa em 2025. Basta que o planejamento exista e a atual direção mostre que possui capacidade para lidar com as demandas do futebol atual. Não o que foi praticado há uma década.
O torcedor cruzeirense também estará ligado no Maracanã, onde Gabriel Barbosa fará sua última dança com a camisa do Flamengo. Para mim, sem dúvidas, a maior contratação celeste em tempos, caso tudo seja devidamente confirmado entre as partes.
Apesar de números recentes não tão encantadores, Gabriel Barbosa tem 28 anos e ainda tem muita lenha para queimar. Ele chega, sem dúvidas, como candidato a ídolo e também representará um alívio grande para Matheus Pereira, que poderá municiar um atacante masterclass e elevar seu número de assistências.
Mesmo com todos os problemas, o MP10 tem 15 assistências em 2024. Ele realmente merece ser acompanhado por um grupo de jogadores e também por um técnico que potencialize suas qualidades.
Sobre o jogo de domingo, não sei nem o que esperar. Lembremos que o Juventude precisa vencer para ir à Sul-Americana e vem em uma arrancada impressionante nos últimos jogos. Que o elenco celeste, mesmo com suas limitações evidentes, tenha ao menos dignidade neste encerramento de ano. Será um 2024 com pouco para se guardar na memória.
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